Síndrome de Stendhal e as novas tecnologias em saúde

01/01/2024

A síndrome de Stendhal[1] compreende um quadro clínico em que a presença da pessoa diante de uma magnífica obra de arte produz sintomas negativos à saúde (taquicardia, sudorese, dor torácica e perda de consciência).[2] Ou seja, a obra de arte é tão bela que a pessoa fica com sua saúde abalada.

Efeito com grandes consequências acontece quando se analisa o impacto das novas tecnologias em saúde, principalmente as terapias avançadas (gênicas, celulares, por exemplo)[3].

As tecnologias em saúde não possuem as belezas física, arquitetônica ou paisagística, que se materializam nas obras de arte e caracterizam a síndrome de Stendhal, mas elas podem transformar a vida das pessoas e que por isso ficam obcecadas pelo desejo de alcançá-las.

As razões da correlação entre a síndrome de Stendhal e as terapias avançadas podem ser assim resumidas:

a) ambas são importantes para as pessoas;

b) possuem efeitos impactantes;

c) resultados transformadores;

d) influência na sustentabilidade;

e) desejo social;

f) acalentam esperança;

g) dificuldade de acesso;

h) desafio da sociedade;

i) altíssimo custo/preço;

j) consequências geracionais;

k) propaganda e marketing pulverizados;

l) expectativa de aumento de sobrevida;

m) possibilidade de diagnóstico;

n) qualidade de vida;

o) dignidade;

p) felicidade.

Obras de arte são importantes. Produtos em saúde são indispensáveis. Então é necessário que as novas tecnologias em saúde não se tornem o fracasso do sucesso (todos querem, mas apenas poucos podem ter acesso).

Portanto, é preciso empenho e dedicação na ampliação do acesso das pessoas a novas tecnologias em saúde, dentro das possibilidades existentes, sem omissões e excessos.

 

Notas e referências

[1]     “A síndrome de Stendhal foi descrita pela psiquiatra italiana Graziela Margherini, em 1989. Foi assim denominada em homenagem ao famoso escritor francês Stendhal que viveu na Itália grande parte da sua vida como diplomata. Stendhal descreveu as sensações que se apoderaram dele ao se deparar com algumas obras primas de pintores e escultores em Florença - vivências estranhas, por vezes acompanhadas de sintomas físicos, sensação de profunda emoção, seguida de um leve entorpecimento, desorientação têmporo-espacial momentânea, sudorese profusa e desrealização. Esse conjunto de sintomas, ocorridos durante a contemplação de uma obra de arte, foram catalogados por Graziela Magherini no hospital Santa Maria Nuova de Florença em 106 pacientes, todos eles viajantes que vieram a Florença pela primeira vez, passando a denominá-los síndrome de Stendhal.” (In AMÂNCIO, Edson José. Dostoiévski e a síndrome de Stendhal. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2005000600034. Acesso em: 28 Dez. 2023).

[2]     “síndrome de Stendhal, comprende un cuadro clínico en el que la presencia de una magnífica y bella pieza de arte o arquitectura, produce síntomas disautonómicos como taquicardia, diaforesis, dolor torácico y pérdida de la consciencia.” Disponível em: https://doi.org/10.1590/0004-282X20170189. Acesso em: 28 Dez. 2023.

[3]     SCHULZE, Clenio Jair. Incorporação de terapias avançadas em saúde. 21 Ago. 2023. Empório do Direito. Disponível em: https://emporiododireito.com.br/leitura/incorporacao-de-terapias-avancadas-em-saude. Acesso em: 28 Dez. 2023.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Spinning // Foto de: Charles Roper // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/charlesroper/17392617601

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura