Por Redação - 15/08/2016
Enquanto a crise política atravessada pelo Brasil monopoliza os noticiários, debates e divergentes manifestações, a rotineira matança provocada pela versão brasileira da ‘guerra às drogas’ continua fazendo suas vítimas em silêncio, sem despertar comoção, de forma praticamente invisível.
Somente nos sete primeiros dias desse mês de abril e apenas no estado do Rio de Janeiro, pelo menos treze pessoas foram mortas nessa insana e sanguinária guerra. Os atingidos, como de costume, foram os vulneráveis moradores de favelas, apontados como ‘suspeitos’ de ‘tráfico’ ou pegos no fogo cruzado, como o menino Matheus Santos de Moraes, de cinco anos, morto em Magé no dia 2 (http://extra.globo.com/casos-de-policia/menino-pediu-para-sair-de-comunidade-na-vespera-de-ser-morto-em-mage-19009706.html#ixzz44o2gl3yJ).
Em Acari, onde foram cinco os mortos no dia 4 (http://oglobo.globo.com/rio/operacao-da-pf-em-acari-termina-com-cinco-mortos-19012816), a insanidade da versão brasileira da ‘guerra às drogas’ se revelou de forma particularmente eloquente: uma operação policial montada para cumprir um mandado de prisão de um condenado por ‘tráfico’ resultou nas cinco mortes (o mandado não foi cumprido, pois o condenado não foi encontrado).
As vidas perdidas em decorrência da insana, nociva e sanguinária ‘guerra às drogas’ não podem ser obscurecidas pela crise política atravessada pelo Brasil. É preciso sempre proclamar, em alto e bom som, a urgente necessidade de se acabar com a proibição às arbitrariamente selecionadas drogas tornadas ilícitas, assim pondo fim a essa guerra, assim eliminando o pretexto para a rotineira matança, que atinge preferencialmente os pobres, não brancos, marginalizados e desprovidos de poder moradores de favelas.
É preciso sempre proclamar, em alto e bom som, a urgente necessidade de legalizar e consequentemente regular e controlar a produção, o comércio e o consumo de todas as drogas.
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Fonte: LEAP Brasil ..Imagem Ilustrativa do Post: The flight/A Fuga (1938-1939) (Mário Eloy 1900-1951)// Foto de: Pedro Ribeiro Simões// Sem alterações Disponível em: https://www.flickr.com/photos/pedrosimoes7/15853043671/i Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/legalcode .