A crueldade por trás do Breast Ironing

10/11/2016

Por Andressa Darold- 10/11/2016

Breast Ironing é uma prática executada em meninas para retardar o crescimento dos seios. Esses por sua vez são "massageados", queimados e comprimidos com pedras e outras superfícies rígidas aquecidas, dando sentido ao nome, que pode ser traduzido como "passar os seios a ferro". O ritual tem seu início com o desenvolvimento do corpo de crianças e pré-adolescentes, quando surgem os primeiros vestígios da puberdade. Sua duração se dá por semanas ou até meses, dependendo de como o tecido mamário responde à agressão.

Estima-se que teve sua origem em Camarões, porém inúmeros casos foram encontrados em diferentes países, como na Nigéria, República da Guiné, África do Sul e na cidade de Londres. Foi relatado por estudos recentes que esta prática está se tornando endêmica, sendo realizada em milhares de meninas Camaronesas que vivem no Reino Unido.

A agressão geralmente é feita pela mãe ou algum membro da família. O objetivo é que com o retardo do desenvolvimento da mama, as meninas permaneçam mais tempo sem atrair a atenção masculina, evitando o estupro, casamento ou gravidez precoce. Dessa maneira as mães pensam estar protegendo suas filhas, ao tentar adiar o início de suas vidas sexuais, para que as mesmas possam se dedicar aos estudos. Em razão disso, a prática é realizada sem ser notada pelas pessoas, espalhando-se perigosamente por diferentes regiões do mundo.

Médicos ressaltam que, além de causar danos físicos e psicológicos que muitas vezes são irreparáveis, o Breast Ironing pode contribuir para o desenvolvimento do câncer de mama, cistos, problemas com a amamentação, entre outros riscos à saúde.

Parlamentares ingleses estão pressionando o governo para introduzir novas legislações específicas para enfrentar o Breast Ironing, da mesma maneira que foi feito com a Mutilação Genital Feminina.

Fontes: Independent The Indian Express Mirror
Imagem Ilustrativa do Post: At the lepra clinic in M\'be // Foto de: Elin B// Sem alterações Disponível em: https://www.flickr.com/photos/beckmann/415896290/ Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode

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