VIVEMOS EM DISFORIA...  

27/11/2020

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

O mal-estar já é parte do corpo, é incontrolável. Há medo em absoluto; do outro. Pânico consome-se como cereal.

A linguagem se refaz. Nos é amputada a origem, nos é imposta línguas de outros. Nossa história é enterrada dia a dia.

Bestilizados, oferecemos a pá de cal. Mal sabemos, enterramos nossos próprios corpos, em nome do mandante do além. Aquele que veneramos...oferecemos borracha à identidade. É a tal serventia voluntária, idolatria que nos contraria. Estamos fingimos paralisia.

Somos fruto do esquizofrênico, do frenesi dos sentidos.

Conspiram contra os impulsos. Não nos querem gente, nos exigem ser apenas uma única vertente... torna-se invisível o sensível, torna-se negativo o plural...dão nome ao inominável, repelem o sintoma, desgraçam a experiência.

Há guerra. Mas o inimigo não se deixa ver. Na trincheira, há bando de iguais; os nada contra ninguém. Joga-se chama ao além, queimamos o mal resolvido, acobertamos o desentendido, que logo retornará em forma de assombro.

A ferida não se cicatriza. Estamos absortos em constante ojeriza. Seguimos mesmo assim, queimamos livros, árvores, culturas, gentes, nós.

Aguardemos a figura angelical pela fresta? Não. Retornemos à razão. Retiremos as vendas, o óbvio está em nossa frente, basta se permitir enxergar. Seguremos a mão dos companheiros, adentremos a realidade, por mais revoltosa que seja. A partir dela, um novo criar, uma terra firme pisar.

 

 

Imagem Ilustrativa do Post: Fish Underwater // Foto de: Blaque X // Sem alterações

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