Vermelho

02/12/2018

No deserto tudo é sequidão.
Até as cores são neutralizadas pela areia escaldante.
Da terra batida e sem brilho, esfarelada pelo sol, à atmosfera ríspida, só o vermelho é imensidão.
Ele queima como o sol, devora os espaços, preenche as brechas, domina o ambiente e retira a vida.
O vermelho tem nele a cor do sangue que traz vida e morte.
Ele expõe e desafia o sentir e o resistir.
Faz do deserto um lugar de enfrentamento…
De desproporcional alternância entre frio e calor.
Seu reflexo espelhado nas ondas ardentes faz do deserto uma travessia árdua, com dores e densas névoas...
O Deserto é o medo com a vontade de ter coragem.
É a tempestade...o solo rachado...o entardecer!
Deserto é lugar de escuta, preparação, libertação e dificuldades...é solidão!
Silêncio!
Deserto é lugar de verdades...de resistência!
De limitar a imensidão do vermelho resistindo ao insano deserto.
Deserto é a (im)possibilidade do temer sobreviver.
É o vermelho queimando e dominando a dimensão do existir.
É o persistir!
Mas, é da consistência do vermelho que rege o deserto que brota o verde da esperança…
Que nasce a dádiva de ser e prosseguir…de existir!
É da fonte do solo fértil que emana a água, a vida e a esperança…
É no verde que a alma descansa…
É no transpassar que se floresce na aridez do vermelho deserto...
É no sentir e imaginar...do confiar no amanhecer!
É no nascer e resistir que o vermelho se esvai e o deserto se desfaz!

 

Imagem Ilustrativa do Post: rose, blossom, bloom // Foto de: Peggychouchair // Sem alterações

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