Um Nova Mulher  

17/04/2019

 

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Desde que habitamos este mundo
O centro das discussões tem foco no masculino
O homem é juiz e parte em tudo
Sempre ditando o nosso destino.

Houve um tempo em que sequer pensava
No porquê de ser assim
Era a ordem natural das coisas
Cultura e história imantaram isso em mim.

Até que um dia me dei conta,
Quis ouvir a minha alma,
Enchi-me assim de calma
E complacente fui buscar a minha essência.

Ao buscar compreensão
Eis que encontro num lampejo,
O sentido maior do meu desejo:
Um ser humano sem distinção.

Naquele momento entendi
Em que me fizeram acreditar:
Encarnaram-me o papel do Outro
E à minha essência dei vazão de modo subliminar.

Não sem revolta percebi
E quis romper esse padrão.
Muitas lutas eu travei,
Dando início a um movimento que a ordem perturbou.

Nada era como antes
O que haveria de ser então?
Nessa luta sectária homem e mulher em batalha
E muita desacomodação!

Penso que o conflito valeu a pena
Mulheres passaram a escrever nossa história
Deixamos os lugares a nós reservados
E hoje vivemos um novo cenário.

Discutimos a atuação feminina em espaços de poder!
E quem, àquela altura, Imaginara isso acontecer?!

Hoje conduzo a minha vida
E por essa consciência não peço guarida.
Carrego uma força legitimamente conquistada,
Agir com candura não me faz dominada.

Reconheço melhor o meu papel,
Revolta não mais me cabe
Minha luta tem outro sentido:
A busca agora é pela plena igualdade.

Manter meu tom conciliador,
Ter firmeza em cada passo
Sem me apartar da essência
Na ocupação de qualquer espaço.

Então vamos caminhar para frente,
Fazer deste debate um pulsar de ideias reluzentes
Que descerrem mais um capítulo feliz dessa história,
Tão recente e cheia de glória!


O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

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