Terrorismo Policial - Empilhando corpos, enxugando sangue

11/02/2020

Ricardo Genelhú apresenta um livro completamente perturbador, aqui. E ele preocupa porque mostra que a polícia descontrolada desempenha um papel enorme na reorganização autoritária do Estado?e o que isso significa para os mais vulneráveis da sociedade: os pobres, os negros, os jovens, os sem-teto, e os que, devido ao seu comportamento ou à sua identidade política, social, sexual, ou outra, estão entre os alvos da polícia como "conspícuos". Preocupa ainda mais porque também mostra a imagem de uma sociedade em que o comportamento policial ilegal nem sempre é considerado escandaloso. O que entendem os observadores acadêmicos como um retrocesso no processo de civilização?talvez como mais uma indicação de que pertence à assinatura da nossa época também a sua rebarbarização?é aceito por muitas pessoas sem comentários, ou mesmo é enfaticamente benvindo. Os leitores esclarecidos deste livro terão que lidar com um duplo choque. Primeiro, terão de lidar com o choque das mortes arbitrárias, de uma polícia soberana (Agamben, 2001), e, em segundo lugar, com o conhecimento de que, paradoxalmente, são as pessoas dos contextos de onde derivam grande parte das vítimas as que frequentemente apoiam esses tipos de estratégia policial.

 

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