TERNO

08/11/2020

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Não confie
Em um homem de terno
É um aproveitador

Não confie
Em um homem de terno
É um bajulador

Não confie
Em um homem de terno
É um roubador

Sonhos
Esperanças
Desejos
Vontades
Tudo é expropriado
Por aquele ser
Que não merece a minha confiança
O homem de terno

Nos púlpitos
Quer ensinar a trilha da redenção
Nos tribunais
Anseios lecionar o caminho para justiça
Nos bancos
Como especular mais
Esse último é o mais canalha!

Lambe botas
Pensa em si
Na promoção
Nos dividendos
No lucro que o aperto de mão
Pode ocasionar

Julgador
(Quem não é?)
Barato
Avaliador
De roupa
De carro
De joias
Do valor na conta bancária

Hoje mesmo um homem de terno
Me encarou
Só faltou falar
Como ousa vir assim?

Não confie
Em um homem de terno
Por isso eu mesmo duvido de mim
Toda vez que vejo aquela vestimenta
Patética
Cobrindo meu corpo

Não confie
Em um homem de terno
Não se trata de um conselho
É advertência
Igual do maço de cigarro
O tabaco
Ao menos
Traz o prazer do vício
Aquele maldito
Nem isso

Não confie
Sequer por um átimo
Em um homem de terno

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

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