Eu não subestimo a dificuldade da tarefa que impus a mim mesmo e estou certo de que este texto nem sempre vai estar à altura daquilo a que se propõe. Ao menos, espero que eu não pareça estar escondendo minhas falhas por trás de jargões jurídicos ou filosóficos. H. L. A. Hart, certa vez, ao discutir uma afirmação do juiz e teórico norte-americano Oliver Wendell Holmes, disse o seguinte:
Fazer essa descoberta com Holmes é estar com um guia cujas palavras podem não convencê-los, podem até deixá-los enojados, mas nunca mistificados. Assim como nosso [John] Austin... Holmes esteve, por vezes, claramente errado; mas, novamente como Austin, ele estava sempre errado de forma clara."
Não tenho a pretensão de oferecer os poderosos insights ou a elegante prosa de Holmes e Hart, mas eu não pouparei esforços em seguir seus exemplos na tarefa mais modesta, mas ainda tão difícil, de expressar ideias de forma suficientemente objetiva, de modo que, quando eu estiver errado, que eu esteja "errado de forma clara".