Por Saíle Bárbara Barreto – 15/01/2017
Um dia li uma matéria em uma revista sobre estas pessoas que querem “forçar a amizade”. Infelizmente, faz muito tempo e não lembro mais qual era a revista, mas resumindo, era uma crítica aos “inoportunos de plantão”.
Todo mundo conhece alguém assim. É aquele sujeito que não faz parte do teu rol de amigos, mas quer parecer “muito íntimo”. Ele te chama por apelidos que não tens, conversa contigo a centímetros de distância, sempre segurando teu braço, ou te cutucando. Tu consegues sentir o hálito dele (e nem sempre é de hortelã).
Ele grita bem alto teu nome quanto te encontra na rua, que é para todo mundo em volta ter certeza de que ele é “praticamente teu irmão”. E te dá abraços apertados, também gosta de dar tapinhas na tua bunda. Abre um sorrisão e diz: “e aí!”
E aí o que, não é mesmo? Tu nem tens assunto com esse cara. Ficas ali com uma cara de tacho e um risinho amarelo, tentando imaginar porque “cargas d’água” essa criatura cismou que é teu amigo de infância.
E ele não usa “desconfiômetro”, nem toma “semancol”. O falso íntimo te adiciona em redes sociais, curte e comenta absolutamente tudo que tu postas. Dá foras homéricos, faz perguntas bestas e ri sozinho. Responde e curte comentários dos teus amigos de verdade, até mesmo antes que tu tenhas lido.
E ele chama tua mãe de tia. Mal sabe ele que a tua mãe detesta ser chamada de tia por quem não é sobrinho. O falso íntimo não tem limites, ele dá em cima das tuas primas. Acho que ele está decidido a entrar para família de qualquer maneira. Que medo!
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Saíle Bárbara Barreto é advogada em Florianópolis. Email: sailebarreto@hotmail.com
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