Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Mote do advogado Raffael Simões
Nunca pensei que algum dia
Eu fosse ser enquadrado
Que um poeta apaixonado
Quem djabo investigaria?
No artigo da poesia
Invadi seus aposentos
Roubei seus beijos sedentos
Sem te deixar reagir
"E eu, sem poder resistir
Delatei meus sentimentos."
Forcei-te ao crime carnal
Enveredei tuas vestes
Fazendo com que me destes
Beijos de forma ilegal
Deixei minha digital
Pelos atos violentos
Mas em todos os momentos
Sempre te vi a sorrir
"E eu, sem poder resistir
Delatei meus sentimentos."
Meus atos infracionais
Serão todos delatados
Quero meus crimes julgados
Nas cortes sentimentais
Pra que direitos iguais
Com diferentes detentos
Preso nos teus pensamentos
De onde não quero sair
"Que eu, sem poder resistir
Delatei meus sentimentos."
Peço que não haja inquérito
Quero confessar meu crime
Mas só se o meu regime
Cumprir sentença de mérito.
De um modo ímpar, inédito
Não darei depoimentos
Quero três deferimentos:
Ser preso, a ter e a sentir
"Que eu, sem poder resistir
Delatei meus sentimentos."
Sem acordo leniente
Eu já estou confessado
Dispensei advogado
Assinei minha vertente
Quero ser preso, somente.
Por meus atos fraudulentos
Só quero os teus movimentos
Poder ver pra aplaudir
"Que eu sem poder resistir
Delatei meus sentimentos".
Que o trânsito em julgado seja
Sem recurso apelatório
E que o ato citatório
Venha com o símbolo da igreja
Quero que o mundo me veja
Assinando os documentos
Pra seguir os juramentos
De onde não quero fugir
"Que eu sem poder resistir
Delatei meus sentimentos"
Imagem Ilustrativa do Post: Mixed-1 // Foto de: Coconut Cove// Sem alterações
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