SEM ME CALAR

09/06/2024

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos 

Não posso deixar o momento sumir, para depois, em algum momento, me inspirar para compor.

Ou (a)noto no ato ou não me vem qualquer sinceridade que valha (d)escrever.

Observo. Porque não sei o que mais fazer.

Afogo-me  na ansiedade incontrolada de berrar ao mundo as incoerências cotidianas.

Silêncio.
Minha voz irritadiça não se faz entender no cercadinho engravatado.

Murcho o passo e silêncio.

E então observo.

Não porque quero, mas porque aprendi.

Distante do tumulto imperial, a clarividência se põe automática:

São amontoados de inutilidades egoicas no centro da operação.

Não há capacidade de proposição em meio a tanta presunção.

Rendo-me ao poder inflado ou me ponho no espaço conforme meu compasso.

Hesito.
Ainda que minha tenra idade não permita.

É no silêncio escolhido que me componho.

Longe da sufocante esfera falocêntrica irracional e bestializante.

Pés firmes. Ao sol. Ao pensar.

Observo.
Sem me calar.

 

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