SEJAMOS AS LOUCAS QUE GRITAM!

21/06/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Mais uma vez a história se repete.

Mais uma Maria ninguém, sem voz, sem direitos.

Manipulada por todos, é isso que a ela compete.

Pois em sua vida tudo era feito de rejeitos.

 

A história se repete.

Dia triste, dia cinza, dia de luto.

Mais uma vez, era ela deitada naquele carpete.

Abusada, estuprada, mal amada, e em seu ventre um fruto.

 

Maldito fruto.

Fruto do indesejado, do rejeitado.

E haveria como aceitar tamanho abuso?

Mas a culpa carregava ela, de seu próprio corpo desrespeitado.

 

O vômito não era do fruto

Mas do desgosto.

Gritar? Até tinha vontade.

Mas a isso não lhe tinha sido imposto.

 

Impor a vontade de gritar, chorar, berrar.

Para que? Por uma vida que viria a nascer?

O sol vem para brilhar, o riso para encantar.

Mas a dor permanece e dilacera aquela que tenta esquecer.

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura