Preconceito

15/03/2020

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Banhada de um sangue turvo,

Numa noite fria,

As palavras lhe escapavam em profusão:

 

Você me teve preconceito, por quê?

Humilhou-me?

Bateu-me?

Violentou-me?

Inferiorizou-me?

 

Não mereço.

Nasci assim. Sou mulher.

Quero meu corpo, rosto e coração.

 

Um transeunte passava e ouviu seu último grito:

Amem-me.

 

Morreu dignificando sua dura vida.

E na morte viveu.

 

Arte de Lia Testa

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura