Talvez não seja mais necessário repisar alarguíssima discussão acerca da relação entre a criminologia e política, em especial, a superação do fato de que não é mais ? se é que em algum momento foi ? possível separar as práticas criminológicas da política (sobretudo, criminal, entendida no sentido estrito de plano de engenharia estatal para combater o crime), quer expressamente ou não. Mais, ainda, já alcançou ares de evidência afirmar que qualquer criminologia, em alguma medida, ocupa-se sempre de reforçar ou criticar atos políticos, ou seja, não há criminologia que não seja política. Em síntese, poderíamos pensar para esta reflexão introdutória que propomos, tal como já se sugeriu, uma "política criminológica", que expressasse o vínculo entre qualquer criminologia (acadêmica ou não) produzida e algum programa político. Cremos não ser suficiente às nossas intenções.