Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Viver as partes é uma passagem.
Viver o todo é um caminho.
Viver as partes do todo é se encontrar.
É se encontrar com a criança sem medo, sem sombras e de vaidades arquitetadas pelo olhar;
Com as memórias penduradas no varal, que secam com a brisa e não temem o ensolarar;
Com a geometria simétrica das dubiedades;
Com o passado e o futuro nas (in)certezas do presente.
Viver as partes é olhar para o todo e saber que a história tem fases.
Fases que revelam dores e demonstram simplicidade;
Dos chinelos amarelos que observam a calçada;
De olhar o tempo sem tempo e de falar no silêncio;
Das janelas entreabertas, portas escancaradas, dos chãos batidos e aviões de papéis.
Somos o todo das nossas partes.
Partes de cores laranjas, amarelas, marrons e verdes.
Cores que expõem a luz do que pouco se sabe e muito se espera;
Que fazem sombra, delimitam descanso, suavizam o tempo e trazem esperanças.
Esperança que tem portas verdes, com frestas e ainda fechadas;
De calçada livre para caminhar; de segredos para desvendar; de suspiros e tempestades.
Partes do todo que contam histórias.
Histórias dos alegres dias entristecidos e das formosas presunções da verdade. Tudo é uma parte!
Partes que ampliam desejos; diminuem sofrimentos; constituem momentos e deixam saudades.
Histórias do todo onde consiste as partes.
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Texto escrito a partir da foto do Daisson Flach, feita em Assaré, Cariri cearense.
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Imagem Ilustrativa do Post: sem nome // Foto de: Daisson Flach // Sem alterações
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