PARA ONDE SE DEVE IR?

24/01/2024

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

É ainda mar quando

Abro os olhos aqui dentro.

Quando, ferido, encontro

A tua brisa abraçar a dor que venho

 

Teimando. É como uma esperança?

Mas é de manhã e por onde ela se vai?

Que de repente, a lua já não está a dormir.

Está ficando tarde demais?

 

Para onde se deve ir?

 

O sossego dura pouco

Logo vem a tempestade

A ela resisto, e feito louco

Em lugar algum vejo aquela "cidade".

 

A terra firme que imagino, é tão distante...

As correntes ferem a grande vaidade

Já não me resta nada além do único instante

Que passo a querer-me de verdade.

 

É quando a lua volta a brilhar

E o canto da saudade

Aquieta as ondas

Que submetem-se a mim, em grande cumplicidade.

 

Que esticam-me até que eu possa

Livrar-me das correntes

Pois aquela escuridão não provoca

Qualquer luz que possa

Conduzir-me à frente.

Mas eu vivo a procurar teu cheiro

Teu olhar sobre mim,

Em algum lugar do oceano, um grande desejo

Seu, pulsa, como um coração a cantar-me.

 

E diz meu nome com grande receio

De vez em quando, é ele que me resgata

Que me deixa à beira da praia

Que me provoca grande medo.

 

Mas que me carrega no peito

E é esse amor que me falta

A enfrentar os pesadelos

Porque só suportar não basta.

 

Mas onde estou é deserto

As correntes não se quebram e o tempo passa.

Até quando vou ficar aqui

À tua espera, chuva que ameaça?

 

Mas se algo novo se faz

E as correntes se quebram

Eu estou livre, assim espero

Correr pela areia da praia até encontrar a paz.

 

Ouço um sussurro, é você ao meu ouvido

Levado aonde não se deve esperar tanto tempo

Tão simples e consigo, existia um sorriso

Nada fácil de se perder pelo vento.

 

Sabia de onde eu vinha, havia saído

Também do mais profundo oceano

E queria amar, conciso, sorriso

Também vivia me olhando.

Preferia ficar bem juntinho

Descobrir o amor cuidando

Dos meus pulsos feridos

Que entendi que onde eu estava era deserto porque tanto

 

Tive sede, então mergulhei em ti.

Mas tive pavor e me aprisionei.

Nada que eu quis, procurei, vivi

Mas hoje, de certo, vida, eu te amei."

 

Patty Oliver

Poesia da última noite de 2023!

Escrita agora, 31/12 às 23h16.

 

Imagem Ilustrativa do Post: violet bloom // Foto de: Mike W. // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/squeakymarmot/26494873215

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