Você já se perguntou como o calendário que utilizamos hoje, o calendário gregoriano, foi desenvolvido? Bem, a resposta para essa pergunta remete a uma época longínqua e a uma das mais tradicionais universidades: a Universidade de Salamanca, na Espanha.

No século XVI, a Igreja Católica estava enfrentando um problema relacionado à data da Páscoa. Durante séculos, as datas para celebrar a Páscoa eram determinadas pelo calendário juliano, que tinha algumas imprecisões em relação ao ano solar. Essas discrepâncias acabavam alterando a data da festa cristã, causando um imbróglio entre os fiéis.

Foi então que o Papa Gregório XIII, em uma brilhante jogada, decidiu convocar uma equipe de especialistas para solucionar o problema do calendário juliano. E adivinha onde essa equipe de gênios se reuniu? Isso mesmo, na prestigiosa Universidade de Salamanca.

A equipe de estudiosos se dedicou intensamente aos estudos astronômicos e matemáticos, na tentativa de encontrar uma solução precisa para ajustar o calendário. Eles perceberam que o ano solar tinha cerca de 365 dias e 6 horas, ou seja, um pouco mais do que os 365 dias do ano juliano.

Após vários cálculos e discussões acaloradas, os especialistas chegaram à conclusão de que seria necessário adicionar um dia extra a cada quatro anos para compensar o descompasso entre o ano solar e o calendário. Isso resultou na criação do famoso ano bissexto, quando o mês de fevereiro ganha um dia extra.

Assim, em 24 de fevereiro de 1582, o Papa Gregório XIII promulgou a bula papal Inter gravissimas, que instituiu o calendário gregoriano como o novo sistema de contagem de tempo. A mudança, no entanto, não foi fácil de ser aceita por todos.

Alguns países protestantes resistiram à mudança, demorando muitos anos para adotar o novo calendário. A Grã-Bretanha, por exemplo, só adotou o calendário gregoriano em 1752. No entanto, apesar de todas as complicações e resistências, o calendário gregoriano foi gradualmente se tornando o padrão em todo o mundo ocidental.

Hoje, o calendário gregoriano é amplamente utilizado em todo o mundo, facilitando a organização e a coordenação do tempo para pessoas de diferentes países e culturas. Tudo isso graças aos esforços e às mentes brilhantes que se reuniram na histórica Universidade de Salamanca, há mais de quatro séculos.

Nesse sentido, é fascinante perceber como o conhecimento científico e a colaboração entre diferentes áreas do saber podem levar a soluções que impactam diretamente a vida cotidiana de tantas pessoas. Por isso, é importante valorizar não apenas o estudo da ciência, mas também as instituições de ensino como a Universidade de Salamanca, que são fontes de descobertas e avanços que transformam o mundo ao nosso redor.

 

Notas e referências

Espanha. Universidad de Salamanca (USAL). Disponível em: <https://www.usal.es/>. Acesso em: 26  de nov. de 2023.

PLANS, Juan Belda. La Escuela de Salamanca: y la renovación de la teología em el siglo XVI. Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 2000.

 

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