É frequente ouvirmos queixas quanto à prestação de serviços públicos. Transferências para inúmeros setores diferentes, cada funcionário apenas tentando se livrar de realizar uma atividade, em vez de buscar efetivamente solucionar o problema de um cidadão. Lembro-me dos contatos com as grandes empresas, líderes em reclamações – parece até a saga de cancelar uma assinatura de telefone ou de TV a cabo. Não pode ser assim.
A ideia de sucateamento do serviço público, com funcionários desqualificados, que só comparecem às “repartições” para “bater o ponto” (quando comparecem), precisa ser superada. Ainda que se possa tecer críticas ao modo como muitos concursos públicos são realizados, essa forma de contratação, em detrimento dos famigerados “cabides de empregos”, resulta em uma maior capacitação pessoal. Mas isso não é suficiente. É preciso ter vocação.
Porque o funcionário público é um servidor da sociedade, devendo, portanto, estar sempre disposto a atender às demandas dos cidadãos, direta ou indiretamente. Colocando de forma mais lúdica, é preciso que todo dia acorde sentindo satisfação por trabalhar onde trabalha, por exercer as atividades que exerce. Do contrário, prestará um desserviço à população.
Lamentavelmente, há aqueles funcionários frustrados (como em toda profissão), os quais, muitas vezes, passam a adotar as técnicas de telemarketing: usam o gerundismo e a estratégia de transferir a ligação (ou a atribuição) 243 vezes. Isso é algo que não se pode admitir. A estabilidade do funcionalismo público não pode se confundir com acomodação e má prestação dos serviços. Para isso, existem as Corregedorias e, por vezes, as Ouvidorias, que devem atuar de modo a reprimir esse tipo de conduta.
A população espera a (com frequência, depende da) prestação dos serviços públicos e tem direito a que apresentem qualidade e sejam realizados com eficiência. Por conseguinte, como se disse, é necessário que haja funcionários qualificados e vocacionados. Caso contrário, continuar-se-á no imaginário popular como sinônimo de serviços mal prestados.
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