O DIA SEGUINTE

24/01/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Alguns copos levaram-na a balbuciar suas verdades mais íntimas.

Recordações perdidas no tempo sem a devida cicatrização das feridas.

O vinho e sua contestável qualidade causavam lágrimas perdidas.

Tudo era pretexto para lavar a alma e lastimar a sua vida sofrida:

            Traidor, ela disse fitando-me nos olhos.

            Vai embora, pois despertei e retirei os meus ferrolhos.

            Não pode me dar nem paz nem amor nem consolo.

Então, ela apagou.

No dia seguinte, despertou dizendo que me amava.

Não sei se lembrou de suas falas insanas e ingratas.

Não compro mais aquele vinho de nome suspeito: Revelação.

Não há porque revelar aquilo que não tem conserto.

 

Imagem Ilustrativa do Post: white printer paper // Foto de: Eric Rothermel// Sem alterações

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