NOTA TELEGRÁFICA 2

21/08/2019

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

queria te contar que durante uma tarde em que fui buscá-la no Rio da prata. o sol atacou em cheio a água do rio. guerra purinha. entrei mar adentro. por onde olhei. escorria um lance meio cor de mel. parecia mesmo o choro do mundo. e fui logo tentar secar. temos ânsia pelas antíteses. nada há que se fazer ante o choro. o sol. e também a rua que errei quando você não estava lá. nada de seus olhares amarelados. como a luz que agora entra pela janela. de onde nunca saí. sem rio. sem o mar. restava apenas uma foto de Guevara com Lenon. e pode acreditar. isso é uma canção de amor. que nunca foi escrita. que nunca será lançada ao mar. faz sol em Havana. as revoluções estão acontecendo a cada vez que toca “imagine”. não há para raio contra o que vem de dentro. mas essa já é uma canção rasurada dos titãs. hoje mesmo conclui que talvez os deuses não amem. vou rezar para eles. para que amem. para que me levem ao rio. todos os caminhos me levam a você. já é hora de parar de cruzar canções. daqui a pouco vamos achar que esse labirinto serve apenas para confundir mesmo. deuses labirínticos. amores labirínticos. ainda bem que o sol não está quente. vitamina D. risos. eu só queria dizer que seus cabelos e seus olhos são pedaços de sol. aqui ou fora das canções. um girassol da cor de seus cabelos.

 

 

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