Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Oh, Senhora do mundo inabitado por gentes,
Não olheis os nossos corações despedaçados, e vazios, e sem pulsação nas veias.
Oh, Senhora, toma pra si a nossa extremíssima miséria, que sombreia nossa capacidade de justiça.
Encharca teu manto com nossos mais odiosos atos, põe em tua boca o escárnio dos que matam sem pena e sem constrangimento.
Derrama dos teus olhos as lágrimas que não nos escorrem pelos que chamamos de irmãos na terra.
E se sobreviveres a tanta loucura, despe-se de nós como se limpasse as mãos em sangue do teu Filho...
E nesta nudez parada e luminosa abençoa o que ainda não podemos ser,
E nos ama, apesar de nós.
Imagem Ilustrativa do Post: Spinning // Foto de: Charles Roper // Sem alterações
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