Inteligência coletiva

18/09/2015

Por Antonio Marcos Gavazzoni - 18/09/2015

Ao longo de minha trajetória profissional, iniciada muito cedo como cobrador de ônibus, passando por professor, procurador e hoje secretário de Estado, venho me “apropriando” do conhecimento e da memória das organizações e pessoas com as quais tenho tido a oportunidade de trabalhar. As maiores realizações das quais tenho memória surgiram a partir da observação de experiências que deram certo – ou errado, de conversas com mais experientes e também com mais jovens, que ainda não carregam os vícios do trabalho. É muito comum vermos o ocupante do cargo de maior visibilidade receber os créditos por uma ideia bem sucedida, que, via de regra, é fruto de um esforço coletivo. Ao gestor cabe mais o “insight”, o papel de motivador e facilitador de processos que geralmente nascem coletivamente, lastreados por anseios de quem já pensou sobre o mesmo assunto.

Essa consciência do pensar coletivo ganha maior projeção com o amplo acesso que temos hoje às redes colaborativas, especialmente na internet. É possível, por exemplo, financiar um show por meio de crowdfunding, ou viabilizar uma cirurgia para alguém de outro país que precisa de ajuda. Basta afinidade, boa vontade e ação. O mesmo raciocínio pode e deve ser aplicado aos ambientes de trabalho – e as redes sociais corporativas surgem nesse contexto como um excelente veículo de propagação de boas iniciativas, muitas vezes isoladas por barreiras geográficas.

Defensor do conceito de inteligência coletiva, Pierre Lévy, conceituado filósofo da informação e autor do livro Inteligência Coletiva, acredita que “é necessário que as instituições e organizações abandonem formas rígidas e hierárquicas para dar lugar à cooperação ativa dos membros que a compõem, além de promover a capacidade de iniciativa”.

É preciso semear a coletividade das ideias e fazer com que elas tenham cada vez menos donos e mais realizadores. A valorização da produtividade será sempre motivadora neste sentido. Quando mobilizamos as competências, o resultado são organizações mais inteligentes e pessoas mais realizadas profissionalmente.


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Antonio Marcos Gavazzoni é formado em Direito pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), mestre e doutor em Direito Público pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi Procurador Geral do Município de Chapecó e professor na UNOESC, na Escola Superior da Magistratura de Santa Catarina e na UNOPAR. Em janeiro de 2015 assumiu pela terceira vez a Secretaria de Estado da Fazenda do Estado de Santa Catarina, cargo que ocupa até o momento. Email: contatogavazzoni@gmail.com 


Imagem Ilustrativa do Post: Speeding through my mind // Foto de: Vegar Samestad Hansen // Sem alterações

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O texto é de responsabilidade exclusiva dos autores, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.


 

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