INDIZÍVEL

03/03/2024

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Escrevo

Voz baça

Que desenha a apneia de um corpo que valsa na esquecida praça

Sinto vagarosamente que é a sua mão que me enlaça

Me calo, a mentalizar, todo o meu desejo que é que esse pesadelo se desfaça

Num piscar de olhos como poeira estelar a sua imagem esfumaça

Mais uma é essa latente ilusão que me despedaça

Talvez, o universo do que sinto seja somente um grito da minha manifesta pirraça

Teimosia de quem não acha nenhuma graça

em ter que beber dessa taça

Que mesmo que não perceba, e negue, envolve e abraça

Laça, lança, traça!

Estilhaça e amordaça!

Mesmo que eu me refaça

De agora em diante só tenho a certeza da eterna ausência da presença em mim ,

como pertença.

Sinto a cada instante a ameaça, de me ver pela vidraça

Longe da proteção, e da graça,

Completamente órfã do amor que sempre me serviu de couraça.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Spinning // Foto de: Charles Roper // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/charlesroper/17392617601

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode

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