Hino da (in)dependência – Por Fernanda Mambrini Rudolfo

10/09/2017

Esta semana, em homenagem ao dia 7 de setembro, resolvi fazer uma simplíssima paródia do Hino da Independência. Tenho certeza de que, dada a total ausência de qualquer vocação artística minha, ficou um tanto quanto infantil. No entanto, acredito que minha intenção de transmitir o que sinto neste momento do Brasil foi, de algum modo, atingida. Se, segundo a tradição, a música original foi composta para o povo pelo Imperador às 16 horas de 7 de setembro de 1822, escrevo minha irônica versão, do povo, exatos 195 anos depois, em um contexto talvez ainda mais crítico do que o daquela época.

Já podemos da Pátria filhos Ver contente a Mãe gentil! Já batemos as panelas, Libertamos o Brasil. Já batemos as panelas, Já batemos as panelas, Libertamos o Brasil!

Brava Gente Brasileira, Longe vá, pobre servil. Ou ficar o patrão rico, Ou mudar-se do Brasil. Ou ficar o patrão rico, Ou mudar-se do Brasil.

O gigante que acordou A “querida” nos tirou. Acabaram os protestos, A propina “terminou”. Acabaram os protestos, Acabaram os protestos, A propina “terminou”.

Hoje calam as panelas, Somem amarelos patos. Em respeito aos Tiranos, Censuramos nossos atos. Em respeito aos Tiranos, Em respeito aos Tiranos, Censuramos nossos atos.

Não ressoam sombras tristes Da cruel Guerra Civil, Pois esta ainda existe Em cada esquina do Brasil. Pois esta ainda existe Pois esta ainda existe Em cada esquina do Brasil.

Nosso voto nada vale Nesta nova ditadura, Mas comemoramos cegos, Inebriados de loucura. Mas comemoramos cegos, Mas comemoramos cegos, Inebriados de loucura.

Filhos clama, caros filhos, Depois de mil afrontas ver, Machismo, racismo e mais, Vem dizer “nada a Temer”. Machismo, racismo e mais, Machismo, racismo e mais, Vem dizer “nada a Temer”.

Pois tememos fortemente Essa tão hostil Nação. Vossos feitos, vossos atos São a nossa expiação. Vossos feitos, vossos atos, Vossos feitos, vossos atos São a nossa expiação.

Mostra, povo, a tua cara, Veste outra vez verde-e-amarelo. Ou veste vermelho sangue, Mas construamos nosso império. Ou veste vermelho sangue, Ou veste vermelho sangue, Mas construamos nosso império.

Parabéns, ó, Brasileiros, Pela sua (in)dependência. Do gigante adormecido Só se extrai a aquiescência. Do gigante adormecido Do gigante adormecido Só se extrai a aquiescência.

Parabéns; não somos livres; Coadjuvante e servil. Vai contar-se em nossos lares A anedota do Brasil. Vai contar-se em nossos lares Vai contar-se em nossos lares A anedota do Brasil.


 

Imagem Ilustrativa do Post: Desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios // Foto de: Agência Brasília // Sem alterações

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