(FAZER) GOSTAR DO QUE (SE) FAZ: UM CÁLCULO VETORIAL COMPLEXO

25/11/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Caro(a) leitor(a), o que você está prestes a ver e ler é um desabafo de um alguém desencaixado(a) ou que parece não se encaixar na sociedade. Por favor, não me leve a mal: este é um grito de sussurro de quem precisa decidir o rumo de sua vida, mas não sabe por onde iniciar.

Ah, e quem sou eu? Talvez eu seja um alguém desencaixável (digo, uma pessoa que não se encaixa), que ainda não decidiu o que fará daqui para frente, mas que vivencia a angústia de saber que o tempo é curto e que logo o amanhã virá...

Dizem por aí que “nós temos que fazer o que gostamos e gostar do que fazemos”.

Parece simples (de dizer, penso eu): é só fazer o que se gosta e gostar do que se faz. Mas e se existir algo entre o “fazer o que se gosta” e “gostar do que se faz”? E se isso for capaz de mudar a nossa vida? E se eu errar? O que vão pensar? O que vão dizer? O que vai ocorrer? Fico arrepiado(a) só de pensar nisso.

Mas a curiosidade não me deixa escapar: talvez deva existir um limiar entre o “fazer o que se gosta” e “gostar do que se faz”. Ninguém nunca me disse isso, mas, quando paro para pensar nesse dilema, lembro de pelo menos duas coisas que nos movem: o estímulo e o prazer. Mas, e se, nesse entremeio, existir outro dilema, que envolva nós mesmos? Daqueles que questionamos a nós mesmos quem somos nós diante de nossa inconstância (ou impossibilidade) de se sermos quem (nós) somos? É, isso parece — e é — complexo.

E aí, José(?), eu paro e penso: talvez fazer o que (se) gosta(mos), signifique agir: (demo a) puxar a responsabilidade para si mesmo e tomar uma atitude no sentido daquilo que se quer fazer. E se se gosta do que se faz? Talvez, gostar do que (se) faz(emos), signifique recuperar — em meio a forte e inevitável resistência à (nossa) felicidade — aquilo que nos faz bem.

Mas, se é só fazer o que se gosta e gostar do que se faz, como é que se faz isso? Talvez deva existir uma fórmula para encontrar essa reposta. Será que eles são um tipo de vetor, que a gente aprende na escola? Lembro — vagamente — que o professor disse que o cálculo fica mais fácil quando os vetores estão no mesmo sentido. Mas, e se os vetores apontarem para sentidos opostos: quero fazer o que gosto, mas estou fazendo o que não gosto? Será que isso ainda pode ser calculado? Será que existe um cálculo para isso? Não sei, nunca me dei bem com cálculos (e, por isso, corri deles). Talvez ele exista, porque dizem por aí que existem milhares de fórmulas para cálculos complexos e que, se não existir, uma pessoa há-de criá-las (e até transformá-las em uma espécie de Teoria). Mas, será que poderá resolver esse (meu) dilema? Talvez precise fazer o que gosto e gostar do que farei para ser feliz…

 

 

Imagem Ilustrativa do Post: Incerteza no Caminho // Foto de: José Moutinho // Sem alterações

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