Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Cedo compreendi que a vida corre por meio da vontade de um único ente, o Destino, que nos vislumbra de cima, observando a nossa parca existência. Vida, imenso labirinto entrecortado como as linhas das nossas mão.
O indecifrável nos observa, qual peças de um jogo, por vezes únicas, preciosas, essenciais, por outras, seres destruidores, insípidos .
A incerteza é o presente oferecido aos humanos ao nascer. Tentando guiar o incontrolável, ludibriamos a nós mesmos. Criamos normas e padrões e nos acreditamos no comando do barco. Pobre nave sem rumo. equilibrada ao sabor das ondas.
Muitos deixam-se levar pela correnteza, outros se rebelam em combate inglório. Ilusões de poder e controle se complementam. Vestimos nossas máscaras de competência, amor, alegria, ódio, felicidade e bailamos trôpegos a música da finitude.
Em determinado momento desvenda-se o véu dos olhos. Vemo-nos refletidos na tábula da existência ao revés. Vislumbramos no espelho o desfecho. Só então, nos desvencilhamos dos fardos e descobrimos a mais basilar das verdades: sempre fomos e seremos ínfimas partículas do cosmo.
Descortinada a existência, abandonamos os apegos. A reta final nos aguarda. Retornamos a essência e nos sentimos estranhamente plenos. Surge a consciência do não retorno. Resta, apenas, atravessar a última casa da tábula e a delicada fagulha se esvai.
Imagem Ilustrativa do Post: time-lapse photography of person grinding during nighttime // Foto de: Jakub Skafiriak // Sem alterações
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