Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Através do espelho
Onde a realidade cintila
Eu me recuso
Em sua direção, olhar.
Toda sua verdade
A minha verdade, agonia
Na minha carência, a fantasia
Vai criando um espaço para alguém que nunca vai chegar.
Mas eu estou bem, estou sozinha
Negando a trocar olhares com a minha
A minha alma, a minha poesia
Escondidas em tantos preceitos...
Através do espelho
A realidade rasga a poesia
"Beba-me", "beba-me" vivia
A dizer antes, agora implora
E quando me perco,
Ao assombrar-se comigo
Ao olhar para o espelho
E encontrar quem eu sou,
Quem nunca fui, onde está?
Tenho medo de me embriagar
Mas eu preciso procurar
Por toda a realidade
Onde tudo começou.
Mas quando mergulho
Naquele mar sereno
Que lança-me um olhar tremendo
Com uma ponta de fascínio,
Surgindo
Quase sem acreditar
Gigante como um iceberg
Dos olhos vivos a se procurar
Digo: Tão belo quanto à fantasia
É a dura verdade
É a minha realidade que me fascina
Apenas por um momento,
Até que eu abrace
E debruce em seu peito
Até que eu deixe
De culpar seus sentimentos.
Até que eu me acostume
Com toda a certeza
Que me rodeia
Sem vergonha de ser alma
Queimando feito fogueira
à luz da realidade,
Onde cessa toda saudade
Onde o olhar clareia...
Trazendo-se à tona
Em poesia,
Amor,
Estrela.
Imagem Ilustrativa do Post: Mirror // Foto de: arndt_100 // Sem alterações
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