Entrevista com Paulo Ferrareze Filho, autor da obra Curso de Psicologia do Direito

01/06/2021

A entrevista Dr. Paulo Ferrareza Filho, autor da obra Curso de Psicologia do Direito. O livro já está disponível para venda no nosso site nas versões impressa e digital.

 

1) Paulo, poderia falar um pouco sobre o tema do livro?

O livro trata da intersecção direito e psicologia. Utiliza a psicanálise e a psicologia social como teorias de base, e busca analisar alguns fenômenos relevantes do campo jurídico como as decisões judiciais, o crime, os complexos familiares e as relações de trabalho. O livro também busca demonstrar a relação entre desamparo psíquico e as práticas judiciárias tradicionais, propondo a inserção de elementos da clínica psicanalítica no interior dessas práticas.

 

2) Como foi o processo de criação da obra?

O livro é um apanhado de pesquisas feitas nos últimos 10 anos e de anotações de aulas da disciplina de Psicologia Forense, hoje melhor nomeada de Psicologia do Direito. Esse é o nome que penso estar mais adequado às disciplinas que, dentro de um curso de direito, se propõem a estudar a psicologia, em suas mais variadas correntes.

 

3) Como a obra pode contribuir para o meio jurídico?

O livro é um esboço de uma Teoria Clínica do Direito. Nesse sentido, tem como norte desterritorializar as práticas judiciárias tradicionais, na medida da incorporação de elementos da clínica psicanalítica na teoria, na pesquisa e na prática jurisdicional.

 

4) Qual a importância de debater esse tema?

Na medida em que são virtuosos em calar os sujeitos que estão em conflito, tanto a ciência jurídica quanto os juristas demonstram que não entendem nada sobre transformações subjetivas. Assim, é um debate que está preocupado em ajudar a diminuir a violência de homens contra mulheres, de demonstrar as consequências nefastas do neoliberalismo no psiquismo dos trabalhadores, de interrogar nossas formas de tratamento de criminosos, de compreender as relações entre o sujeito singular e o meio social em que ele está inserido, de fazer notar as ondas de sofrimento psíquico que acompanham determinados movimentos sociais e raciais, de problematizar os complexos familiares e seu trato pelo Judiciário e de tentar, em resumo, fazer proposições críticas sobre as práticas judiciárias tradicionais.

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura