ENTORPECIDA  

10/03/2021

 Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Aura segurava um cálice de vinho na mão. Quase não tinha bebido, apenas degustava. Mas, estava inebriada de paixão. E sorrindo pela casa caminhava.

Tudo aconteceu tão rápido. Logo ela que não acreditava mais no amor. Sofreu muito com aquele sujeito que a subjugava psicologicamente. Dizia que não sabia trabalhar, não gostava de sua comida, que precisava emagrecer e ficar mais bonita.

O interessante é que ela tinha formação em química e biologia, mestrado em saúde, sendo muito competente em seu trabalho num famoso laboratório que desenvolvia vacinas. De altura e peso medianos, pele morena, lindos olhos verdes e cabelos castanhos. Sempre teve um charme especial que foi se apagando quando conheceu aquele homem. Ele procurava diminuí-la. Nunca a aplaudia. Não era violento fisicamente, mas abalou de forma bruta a sua mente.

Ao caminhar pela casa divagava. Jogou fora os retratos antigos que a atormentava. Recordou das noites que derramou uma cachoeira de lágrimas.

Depois de sofrer com o insolente, dispensou-o e rendeu-se ao amor novamente.

Promoveu um autodiálogo colocando as cartas na mesa e disse baixinho para si mesma: o tempo pode sim curar as feridas e da dor pode nascer flores mais bonitas.

E não era efeito da bebida, ainda que o vinho pudesse ser maravilhoso. Percebeu-se com elevada autoestima. Assentiu e decidiu: merecia ter de volta o sorriso no rosto. Valorizar e ser valorizada. Antes de mais ninguém e mais nada, por si mesma ser amada.

Comemorou o amor que resgatou pela pessoa que jamais poderia abandonar. Levantou a taça de vinho e brindou a Aura!

 

Imagem Ilustrativa do Post: smoke // Foto de: StockSnap // Sem alterações

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