DESERTO

11/06/2023

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

No deserto
De minha alma
As flores morreram
E as borboletas

Procuram incansavelmente
As pétalas
Que ainda tem perfume.

Como de costume
Caminho sobre elas
No que restou, eu sinto
O cheiro do que passou

Abro a janela
O aroma do desespero
Vem, me invade por inteiro
Desperta e bagunça as pétalas

Que voam para o meu céu,
Num só instante
Quando as borboletas pensaram
Que poderia ser como antes

E voaram
dentro de mim

Na esperança de que uma nova flor
Nascesse no meio daquela escuridão
Entre o despero e meu coração
As pétalas alcançam, de novo, o chão.

Abro a janela
Um pouco de medo
Dança no meu deserto.
E as pétalas que perderam
Seu perfume

Agora, se perdem as borboletas
Como de costume.

E no que restou, eu sinto
O cheiro do que passou.
No que ficou, eu sou.
No que ficou, eu sou."

 

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