CORRA PELA CHUVA

08/11/2024

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Que a chuva das águas
Reconheça teus cabelos
Ao sair de casa, nada
Leve além dos seus segredos

Lave os pesadelos;
Deixe a chuvarada
Chegar bem ligeiro
Com a coragem, e mais nada

Leve além dos seus segredos.

E corra pela chuva
Como se fosse criança
Que a praça é toda sua
Que viva, a esperança

Faz morada em alguma chama
Que ainda se protege da escuridão
E da chuva das águas, quando demanda
Finalmente a correr pelo seu coração.

Que viva, a esperança
É uma criança que ainda há
Muito tempo, ainda encanta
Ainda quer enfrentar

Os pesadelos, os seus cabelos
A chuva não reconhece
Não se molha, tomada de medo
Nenhum fio cresce.

Mas se a chuva das águas
Reconhece os teus cabelos
Ao sair de casa, nada
Será tão útil quanto os teus segredos.

Aqueles pesadelos
Lavados pelas águas
Enfrentados cara a cara
Molhados os cabelos

Cresce, sem medo
A chama da esperança
Corre para casa, ligeiro
O que vê-se primeiro, uma criança.

Que viva, a infância
É uma criança que ainda há
Muito tempo, ainda se desencanta
Com o lado de lá.

O lado que se vive à espera da ternura
De um mínimo amor para preencher o vazio
Que antes era encontrado na chuva
Das águas, a terminar, fio a fio

De contar os cabelos
Que significavam coragem!
Coragem de se molhar na chuvarada, e assim enfrentar o medo
Não de chorar por mínima saudade."

 

Imagem Ilustrativa do Post: 20170521_kodakpny135_002 // Foto de: Anthony Hughes // Sem alterações

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