Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Que a chuva das águas
Reconheça teus cabelos
Ao sair de casa, nada
Leve além dos seus segredos
Lave os pesadelos;
Deixe a chuvarada
Chegar bem ligeiro
Com a coragem, e mais nada
Leve além dos seus segredos.
E corra pela chuva
Como se fosse criança
Que a praça é toda sua
Que viva, a esperança
Faz morada em alguma chama
Que ainda se protege da escuridão
E da chuva das águas, quando demanda
Finalmente a correr pelo seu coração.
Que viva, a esperança
É uma criança que ainda há
Muito tempo, ainda encanta
Ainda quer enfrentar
Os pesadelos, os seus cabelos
A chuva não reconhece
Não se molha, tomada de medo
Nenhum fio cresce.
Mas se a chuva das águas
Reconhece os teus cabelos
Ao sair de casa, nada
Será tão útil quanto os teus segredos.
Aqueles pesadelos
Lavados pelas águas
Enfrentados cara a cara
Molhados os cabelos
Cresce, sem medo
A chama da esperança
Corre para casa, ligeiro
O que vê-se primeiro, uma criança.
Que viva, a infância
É uma criança que ainda há
Muito tempo, ainda se desencanta
Com o lado de lá.
O lado que se vive à espera da ternura
De um mínimo amor para preencher o vazio
Que antes era encontrado na chuva
Das águas, a terminar, fio a fio
De contar os cabelos
Que significavam coragem!
Coragem de se molhar na chuvarada, e assim enfrentar o medo
Não de chorar por mínima saudade."
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