Constelação familiar é técnica de reinserção social na Vara da Infância e Juventude de Cuibá

27/08/2016

Por Redação- 27/08/2016

A 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá realizou,  no dia 15 de agosto,  a segunda Constelação Familiar que  teve início com a exibição de um vídeo sobre a história de vida e de superação de um dos maiores atletas de todos os tempos, o nadador norte-americano Michael Phelps. O vídeo mostra que o nadador tinha um mau relacionamento com o pai, o policial Fred Phelps, que se divorciou de sua mãe ainda quando ele era criança. Esse mau relacionamento refletiu negativamente em sua carreira, o levou à depressão, a maus comportamentos, como dirigir embriagado, bem como a desistir do esporte em 2012, quando anunciou a aposentadoria.

Phelps chegou a parar em uma clínica de reabilitação para conflitos familiares e ao resolver o que tanto o incomodava, a ausência do pai, ele voltou com tudo a treinar a natação em 2014 e nas olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, ele quebrou novos recordes. Em toda a carreira, Phelps quebrou 37 recordes mundiais e conquistou o maior número de medalhes de ouro em uma única olimpíada.

As sessões de constelação foram coordenadas pela consteladora Neiva Klug, acompanhadas pela juíza da 3ª Vara Especializada de Família e Sucessões de Várzea Grande, Jaqueline Cherulli, e envolveu dez consteladores. Cherulli, já com experiência prática em constelação em sua comarca, foi convidada pelo juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, Túlio Duailibi, para desenvolver esse projeto voltado para o complexo do Pomeri, na Capital e foi aplicada entre cinco menores de idade, de 14 a 19 anos, e o familiar responsável. Dentre eles, um interno e quatro jovens que cumprem medidas socioeducativas em liberdade foram beneficiados.

A história comoveu alguns dos presentes no auditório do Juizado da Infância e Juventude, no Complexo do Pomeri, alguns jovens inclusive acompanharam os relatos aninhados no colo e de mãos dadas com a mãe.

Cherulli explica que “Com essa técnica, queremos tornar a vida das pessoas melhores, queremos trazer mais suavidade para a vida das pessoas, porque na vida a gente sofre muita pressão de várias formas. Que as famílias parentais ou conjugais possam se restaurar! Que essas crianças que vemos aqui hoje consigam ter uma visão de mundo diferente do que era o Judiciário antigamente”.

Conforme a magistrada, a ferramenta é tão potente que, após passar pela constelação, a reincidência no ato infracional é mínima. Esta constatação foi verificada em um estudo desenvolvido pelo juiz Sami Storch, do Tribunal de Justiça da Bahia, e divulgado pelo site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Esse estudo nos mostra que temos uma possibilidade efetiva de não reincidência de 90%”, garante Cherulli.

 As oficinas de Direito Sistêmico já foram padronizadas pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) e logo serão expandidas para outras comarcas do interior. A oficina já está disponível para todos os juízes que se interessarem e que atuem nas varas de Infância e Juventude, Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Família e Sucessões. O gestor dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejusc) é quem faz a triagem dos processos, analisando o perfil das partes que são passíveis de participar de uma constelação.

Fonte: TJMT

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