Todos nós já passamos pela experiência de fazer pesquisas acadêmicas em algum momento de nossas vidas estudantis. Desde a escola primária até a pós-graduação, a pesquisa acadêmica é uma parte crucial do processo de aprendizagem. Mas você já se perguntou quais são os diferentes tipos de pesquisa acadêmica que existem? Vamos explorar alguns deles juntos.
A pesquisa acadêmica é uma forma estruturada de busca por informações e conhecimentos sobre um determinado assunto. Ela permite que os estudantes e pesquisadores obtenham respostas para suas perguntas, analisem e interpretem dados relevantes e contribuam para o campo de estudo escolhido. É uma maneira de expandir a base de conhecimentos existente e promover a descoberta de novas ideias.
Existem vários tipos de pesquisa acadêmica, cada um com suas próprias características e objetivos específicos.
TIPOS DE PESQUISA ACADÊMICA
Tipos de Pesquisa Acadêmica Quanto à Abordagem
Inicialmente, ainda na fase de escrita do projeto de pesquisa, a primeira classificação de uma pesquisa feita é fundamental para estabelecer outras questões, como, por exemplo, a metodologia.
Em relação à abordagem, as pesquisas científicas sempre podem ser qualitativas ou quantitativas, ou ainda, agregar as duas classificações. A escolha vai depender da área, do objeto e dos objetivos.
Tipo de Pesquisa qualitativa
A pesquisa qualitativa considera que existe uma relação entre o mundo e o sujeito além daquela traduzida em números.
Essa modalidade de pesquisa é descritiva, e o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente.
Para essa abordagem de pesquisa, há subjetividades e nuances que não são quantificáveis por si só.
Tipo de Pesquisa quantitativa
Já, a pesquisa quantitativa considera que tudo é quantificável, ou, que quantificar os fenômenos possibilita uma melhor análise, de forma mais imparcial.
Isso significa traduzir opiniões e números em informações utilizadas para a sua classificação e posterior análise.
Tipos de Pesquisa Acadêmica Quanto à Natureza
A segunda forma de classificar uma pesquisa científica é quanto à sua natureza. Igualmente há suas classificações, a pesquisa básica e a aplicada.
Tipo de Pesquisa básica
De forma direta, a pesquisa básica objetiva gera conhecimentos novos para avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Tipo de Pesquisa aplicada
Por sua vez, a pesquisa aplicada objetiva gera conhecimentos para aplicações práticas dirigidas à solução de problemas específicos.
Tipos de Pesquisa Quanto aos Objetivos
Igualmente a pesquisa científica deve ser classificada quanto aos seus objetivos.
Também está classificação dependerá do objeto, metodologia empregada e problema de pesquisa.
Quer dizer, não pode ser escolhido de forma aleatória, deve ter um fim específico.
Pesquisa exploratória
A primeira delas, a pesquisa exploratória objetiva proporcionar maior familiaridade com um problema.
Para tanto, envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema, além da análise de exemplos.
Assumindo, em geral, a forma de pesquisas bibliográficas e estudos de caso.
Pesquisa descritiva
Em segundo lugar, a pesquisa descritiva objetiva caracterizar certo fenômeno, como, por exemplo, descrever as características de certa população.
Assim, estabelecendo relações entre variáveis, o que envolve técnicas de coleta de dados padronizados, como questionários e técnicas de observação.
No geral, assume a forma de levantamento.
Pesquisa explicativa
A última categoria por objetivos, a pesquisa explicativa, visa identificar os fatores que determinam fenômenos e explica o porquê das coisas.
Segundo Gil (2007, p. 43), uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação de fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado.
Desta forma, assume em geral as formas de pesquisa experimental e pesquisa ex‐post‐facto.
Tipos de Pesquisa Acadêmica Quanto aos Procedimentos
Muitas vezes a escolha dos procedimentos são demoradas e complexas porque o número de opções é bastante amplo. Abaixo tentamos deixar o conteúdo mais didático e direto para facilitar essa escolha e os caminhos das pesquisas.
Pesquisa experimental
Em primeiro lugar, na pesquisa experimental se determina um objeto de estudo.
Conforme Gil (2007), a pesquisa experimental objetiva seleciona as variáveis que seriam capazes de influenciar o objeto.
Além disso, devem-se definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
Pesquisa bibliográfica
Já, a pesquisa bibliográfica é elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos, Internet, etc.
Pode dizer que essa categoria de pesquisa é um tipo de revisão bibliográfica, ou levantamento bibliográfico.
Neste mesmo sentido, Gil (2007, p. 44) explica que os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema.
Pesquisa documental
A pesquisa documental é elaborada a partir de material que não recebeu tratamento analítico.
Assim, a diferença entre ela e a anterior é que as pesquisas bibliográficas são feitas a partir de materiais já publicados.
Por exemplo, um texto jornalístico pode ser elaborado de um material sem tratamento analítico, então documental.
Pesquisa de campo
Por sua vez, a pesquisa de campo se caracteriza pelas investigações realizadas por meio da coleta de dados junto às pessoas, somando à pesquisa bibliográfica e/ou documental.
Para tanto, depende da junção de recursos de diferentes tipos de pesquisa, como, por exemplo, a pesquisa ex-post-facto, pesquisa-ação, pesquisa participante, entre outras.
Pesquisa ex-post-facto
A pesquisa ex-post-facto investiga possíveis relações de causa e efeito entre um determinado fato e um fenômeno que ocorre posteriormente.
Assim, a principal característica é o fato de os dados serem coletados após a ocorrência dos eventos.
Por exemplo, um estudo sobre a evasão escolar, quando se tenta analisar suas causas. Já, num estudo experimental, seria o inverso, se analisa enquanto se testa.
Pesquisa de levantamento
A pesquisa de levantamento é utilizada em estudos exploratórios e descritivos, podendo ser de dois tipos:
De uma amostra;
De uma população (censo).
Desta forma, a coleta de dados se realiza através de questionários ou entrevistas.
Por isso, de acordo com Gil (2007, p. 52) os estudos descritivos são os que mais se adéquam aos levantamentos. Exemplos são os estudos de opiniões e atitudes.
Pesquisa com survey
Por meio do tipo de pesquisa com Survey, visa buscar informações diretamente com um grupo de interesse a respeito dos dados que se deseja obter.
Portanto é um procedimento útil especialmente para as pesquisas exploratórias e descritivas.
As pesquisas de opinião sobre determinado atributo e a realização de um mapeamento geológico ou botânico são bons exemplos.
Estudo de caso
O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos buscando profundo detalhamento.
Por isso é amplamente usada nas ciências biomédicas e sociais porquanto tem o condão de conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos.
Para a autora Alves Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para esse tipo de estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como os casos clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul Willis sobre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição (como uma escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família), ou um evento (a eleição do diretor de uma escola).
Pesquisa participante
A pesquisa participante depende do envolvimento e identificação do pesquisador com o grupo de pessoas investigadas.
Exemplos de sua aplicação são o estabelecimento de programas públicos ou plataformas políticas e a determinação de ações básicas de grupos de trabalho.
Pesquisa-ação
No formato de pesquisa-ação se associam a teoria e a ação.
De modo que os pesquisadores e participantes da situação ou problema se envolvem de modo cooperativo ou participativo.
Pesquisa etnográfica
A pesquisa etnográfica é o estudo de um grupo ou povo, do modo que algumas características são bastante marcantes, como:
O uso da observação participante, da entrevista intensiva e da análise de documentos;
A interação entre pesquisador e objeto pesquisado;
A ênfase no processo, e não nos resultados finais;
Visão dos sujeitos pesquisados sobre suas experiências;
A não intervenção do pesquisador sobre o ambiente pesquisado.
Por exemplo, as pesquisas realizadas sobre os processos educativos com o intuito de conhecer profundamente os diferentes problemas que sua interação desperta.
Pesquisa etnometodológica
O termo etnometodologia designa uma corrente da Sociologia norte-americana, que surgiu no final da década de 1960. Seu principal marco fundador a publicação do livro de Harold Garfinkel Studies in Ethnomethodology (Estudos sobre Etnometodologia), em 1967 (COULON, 1995, p. 7).
Ou seja, o termo se refere às estratégias que as pessoas utilizam cotidianamente para viver.
Deste modo, visa compreender como as pessoas constroem ou reconstroem a sua realidade social.
A análise etnometodológica esclarece de que maneira as coisas vêm a ser como são nos grupos sociais, de que maneira cada grupo e cada membro apreende e dá sentido à realidade e por quais processos intersubjetivos a mediação da linguagem entre os grupos e seus lugares constrói a realidade social que afirmam (COULON, 1995, p. 90).
Assim, para a pesquisa etnometodológica, fenômenos sociais não determinam de fora a conduta humana. A conduta humana é o resultado da interação social que se produz continuamente através da sua prática quotidiana.
Em conclusão, a pesquisa acadêmica é uma parte essencial do processo de aprendizagem e descoberta. Ela permite que os estudantes e pesquisadores explorem e contribuam para o conhecimento existente. Desde a pesquisa exploratória até a pesquisa experimental, existem diferentes tipos que podem ser utilizados, dependendo dos objetivos do estudo. Independentemente do tipo escolhido, a pesquisa acadêmica desempenha um papel fundamental na construção do conhecimento em todas as áreas de estudo.
Notas e referências
ALVES MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
COLLADO, Carlos Fernandez; LUCIO, Maria Del Pilar Baptista; SAMPIERI, Roberto Hernandez. Metodologia de pesquisa. Porto Alegre: Penso - Artmed, 2013.
COULON, Alan. Etnometodologia. Trad. de Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis: Vozes, 1995.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1994. 207 p.
RODRIGUES, André Figueiredo. Como elaborar referência bibliográfica. 7. ed. São Paulo: Humanitas, 2008.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.
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