Concurso, fracasso e resistência

15/05/2015

Por Atahualpa Fernandez - 15/05/2015

“Seguir cuando crees que no puedes más es lo que te hace diferente a los demás. La vida no se trata de qué fuerte golpees, sino de qué fuerte seas golpeado y no te des por vencido.”

Rocky Balboa (S. Stallone)

Tomemos, por exemplo, o caso de um indivíduo que experimenta a desagradável sensação de “não aprovar” em um concurso público e que logo permanece desanimado, sem forças, temeroso e algo desestimulado para enfrentar-se a novos concursos. Pode ser completamente consciente de sua suscetibilidade, permanecer desestimulado durante muito tempo e, sentindo-se insultado pela fortuna, deixar que seu estado de ânimo decaia cada vez mais, seus objetivos se dispersem e sua capacidade de desembaraçar-se da desesperança e dos sentimentos negativos simplesmente fique em suspenso ou desapareça.

O que ocorre com os momentos de frustração, de debilidade do espírito? Com estes momentos de transição em que necessitamos continuar estudando, apesar de não termos conseguido a aprovação em um concurso anterior. Parece que nunca estamos preparados para que existam estes intermédios, estas angustiantes pausas. Dá a impressão de que se todo o nosso esforço não serviu para nada, então continuar a estudar talvez não mereça a pena. São momentos que se fazem tremendamente “eternos”, vazios e algumas vezes difíceis de suportar; momentos nebulosos e rotineiros nos que travamos uma luta implacável e desmedida para recuperar e manter viva nossa força de vontade, nosso ânimo e nossa determinação, principalmente no que se refere ao bom fluxo de nossos estudos.

Estas experiências, estes momentos intermediários, não são alheias a muitas pessoas. Tão pouco há que ignorar ou negar a real dificuldade que representa para uns quantos manter a firmeza quando se trata de suportar a pé firme os infortúnios que já não tem remédio, que a conduta humana é muito complexa e que com frequência há mais de uma razão para qualquer comportamento dado. Mas a dor emocional que não nos beneficia não somente é sofrimento inútil, senão que quanto mais experimentamos nossos estados aversivos de autoconsciência, nossa demonização do “eu” em resposta a algum evento negativo, mais miserável tornamos nossa própria existência (M. Csikszentmihalyi).[1]

Então, por que nos entregamos à falta de motivação, ao desânimo e ao stress com desesperança provocados pela frustração gerada por um eventual fracasso? Por que, ao invés de aprender a controlar e confiar no valor de nossas experiências subjetivas, de nossa vontade consciente, nos empenhamos a prestar demasiada atenção e dedicar tanto tempo aos nossos fracassos? Por que se a crença que temos de nós mesmos guia nossos atos, serve para dar significado a nossas experiências e determina o sentido e direção que damos a nossa vida (passado, presente e futuro), nos resistimos a mudar este tipo de mentalidade fatalista tão frequente nestes momentos intermédios de verdadeira tormenta emocional? Por acaso não somos conscientes de que quanto maior é a ameaça contra sentir-se bem consigo mesmo, maior é a tendência a ver a realidade através de lentes que a distorcem?

Há uma extraordinária distância entre as formas de perceber um fracasso (de não ser aprovado): vê-lo como uma ação (“fracassei”) ou concebê-lo como uma identidade (“sou um fracassado”). Este corresponde ao sentimento de não ter valido a pena tanto “sacrifício”, de haver perdido tanto tempo estudando; equivale a não ser capaz ou a não ter o talento e a têmpera suficiente para uma empresa dessa natureza. Já o sentimento de “fracassei” é simplesmente uma ação, um não haver (ainda) atingido a totalidade do próprio potencial. É tão somente não haver alcançado, temporariamente, o que se busca e o que se valora. É a convicção de que o esforço é a única forma de superar esta espécie de impotência aprendida que nos impede controlar nosso presente e renunciar a natural tendência de sucumbir ao desalento (C. Dweck).

O que quero dizer com isto é que o fracasso como identidade, que mina a firmeza e alenta a dúvida, nem sequer deveria ser cogitado e, sendo inevitável, não deveria ser considerado como um fator da experiência adquirida por contraste. Também, e não menos importante, que o melhor que podemos fazer é tratar de aceitar estes momentos como uma oportunidade em que uma e outra vez nos sentimos obrigados a refletir sobre nossas deficiências e que nos obriga a corrigir-nos: o fracasso atrai necessariamente a preocupação que é capaz de voltar a canalizar a verdadeira vontade e determinação de uma pessoa. Um tipo de preocupação vigilante que todos necessitamos para afrontar os problemas reais com que nos enfrentamos, para reconhecer nossas próprias limitações, para superar nossas dificuldades e as más experiências, assim como para continuar a lutar contra os obstáculos que nós mesmos criamos e outros que nos impõe a própria vida.

Que dúvida cabe de que a vida tem seus altibaixos, que é ao mesmo tempo realização e desconcerto, que se desenvolve em um intervalo desigual feito de contrariedades e prazeres, esperas e desenganos, e que não somos nem amos nem senhores de nossos momentos felizes? Nenhuma, posto que não podemos escolher evitar os fracassos e os sofrimentos a que estamos regularmente expostos. Na verdade, dado que todas as precauções que podemos tomar sempre estão cheias de incertezas, mais vale preparar-se com uma plena serenidade para todo o que possa ocorrer e, na mesma medida, obter algum consolo de que não estamos seguros de que realmente ocorra (Montaigne).

Não desejar viver sempre “no melhor de todos os mundos possíveis”, não esperar produzir acontecimentos concretos com o poder de nossa mente ou não passar o dia controlando nossa atitude positiva e nossos pensamentos otimistas, não nos levará diretamente ao fracasso; ao contrário, nos fará mais cautelosos, moderados e resistentes. Não há que fazer-se ilusões: na vida experimentaremos infortúnios e nem sempre triunfaremos, pelo simples fato de que não podemos controlar tudo. Aparecerão raiva, frustração, desânimo ou desilusão, pois são inseparáveis da experiência humana. E mais, é sano (recomendável, inclusive) que experimentemos estes sentimentos: os momentos de autêntica alegria não se entendem completamente sem estes momentos (intermediários) de tristeza.

O segredo está em admitir que nossa eleição encontra-se limitada à forma de reagir ante estes acontecimentos. Quero dizer, que é uma grande arte saber classificar e relativizar os próprios sentimentos, assumir a responsabilidade de que podemos eleger livremente como valorar as circunstâncias de nossa vida, que podemos aprender a moderar as consequências de um eventual fracasso, exercitar o pensamento, refinar nossas prioridades e praticar a sensatez de tolerar e superar as adversidades.

 Para isso, dependemos exclusivamente da postura mental que adotamos ante nossos fracassos e da serena assunção de que isto é precisamente o característico da vida através de todos seus fenômenos e imprevistos. Uma vida que reclama sua polaridade de forma obstinada e que vivê-la implica um incessante «respirar» entre os pólos do positivo e o negativo. Aceitar tanto os bons como os maus momentos, tomar o «ar da esperança» com as coisas que nos fazem bem, concretamente ante uma destas fases problemáticas em que as circunstâncias se nos complicam e, por outro lado, encontrando-nos em um bom momento da vida, estar preparados para esses outros tempos em que os obstáculos e as dificuldades nos surpreendem e nos superam.

Em especial para quem decide passar pela experiência de fazer concursos, as dificuldades e os eventuais momentos de frustração são inevitáveis. E o indivíduo que não faz concurso por temor a não aprovar não falha menos que aquele que faz e não consegue aprovar. De fato, é fácil fixar-se um objetivo; mais difícil é, em câmbio, perseverar até consegui-lo. Por isso é fundamental adotar a firme atitude de cultivar uma vontade indomável, de evitar sentir-se desbordado por uma situação difícil e intentar imaginar o problema desde ângulos distintos ou com diferentes escalas de significado. Um pequeno gesto que nos ajudará a desenvolver mecanismos que eliminem nossa (vitoriana) tendência a sobrevalorar as faltas passadas, a minimizar nossas habilidades presentes e a exagerar os imprevisíveis obstáculos e dificuldades do futuro.

Um tipo de mentalidade que não depende de casualidades favoráveis ou desfavoráveis, das oscilações pontuais entre o êxito e o fracasso, a bonança e a tormenta, o entusiasmo e o desânimo. Pelo contrário, constitui o necessário equilíbrio que se revigora em toda polaridade da vida, não precisamente naqueles momentos em que não conseguimos o que desejamos, senão ao longo de todo o tempo dedicado a alcançar nossas metas e em que a perda de uma ilusão abre uma porta a novas oportunidades e perspectivas. Não somente os logros, também as frustrações; não somente o êxito, também o fracasso; não somente o prazer, também o sofrimento; não somente estar alegre, também estar triste; não somente estar satisfeito, também estar insatisfeito (W. Schmid). Não somente dias plenos, senão também dias vazios, pois todos esses “trezentos” dias que percebemos como talados, cansativos e frustrantes se justificarão totalmente com um único dia em que conseguimos alcançar nossos objetivos e realizar nossos sonhos.

Uma postura mental, enfim, que dá tanta importância à alegria como à tristeza, que conhece muito bem as oscilações da balança para um ou outro lado, mas que ainda assim se compensam mutuamente com o tempo; uma espécie de sereno sossego da consciência de que em tudo o que existe há também outra possibilidade; de que os bons momentos se alternam com os maus como o dia e a noite, como inspirar e expirar; de que esse é o ritmo da vida que desde a contradição e a incerteza estende sua tensão a todas as coisas. Que se nossa realidade “depende del cristal con que se mira” (P. Zimbardo), aquilo em que concentramos nossa atenção e vontade não é qualquer coisa sem sentido e tem sua importância: somos aquilo que nos interessa.

 Daí a primazia que os estóicos atribuíam à vontade e sustentavam que nada nem ninguém podem fazer nada contra ela. Porque, diziam, há uma só coisa no mundo que depende de nós e só exclusivamente de nós: nossa vontade. A maneira como interpretamos e afrontamos nossas dificuldades, fracassos, frustrações, possibilidades e expectativas é apenas uma questão de disposição - de atitude, ao fim e ao cabo. E isto é o único que importa. A vontade é a única capacidade que nos permite reprimir ou eliminar impulsos negativos sem esperar recompensas imediatas e entender que somos totalmente responsáveis de nossos esforços, mas só parcialmente dos resultados que esperamos obter deles.

Quando nos concentramos em nossos objetivos, é a vontade que nos permite adquirir um autêntico autocontrole sobre nossas emoções, em especial naquelas situações desagradáveis em que nos sentimos particularmente desmotivados. Temos a capacidade de criar opções alterando nossas interpretações do mundo, de fomentar um tipo de “otimismo aprendido” e ajustar nossa percepção para ver que temos alternativas, em vez de lamentar e sofrer com passividade os golpes da vida. Nossa forma de interpretar as coisas influi no que (e como) esperamos de nosso futuro e, na mesma medida, como vemos o futuro determina como vivemos o presente. Portanto, o êxito, para o bem ou para o mal, depende em boa medida daquilo que esperamos[2].

É certo que cada um tem sua particular forma de lutar, de cair e levantar-se, de buscar solução aos seus problemas, de afrontar seu presente e seu porvir. Mas  quando parece que o fracasso se nos impõe e não nos resta outro remédio que “suportá-lo”, ainda assim nos cabe a possibilidade de assumi-lo de distinto modo: sumindo-nos na desesperação e entregando-nos ao desânimo, ou exercendo nossa capacidade de seguir adiante, interiorizando as metas e os valores que nos conduzem na travessia, com uma motivação que há de ser o bastante forte para superar os contratempos ao largo do caminho e com a firme convicção de que podemos “distorcer a realidade”, isto é, de lograr o que verdadeiramente anelamos.

Depende unicamente de encontramos o modo correto de fazê-lo, pois sempre haverá uma forma correta e uma forma equivocada de controlar, dirigir e concentrar nossa vontade para esforçar-nos por conseguir o que desejamos. Convencer-nos de que não somos capazes, renunciar à esperança e à determinação, e a não esforçar-nos por um futuro melhor (ou inclusive diferente) é, sem dúvida, a equivocada; ter grandes expectativas, resistir e comportar-se com determinação diante dos retos da vida é a correta. Um tipo de hábito que se pode aprender e cultivar, uma prática que não aceita um não por resposta, uma prática que persevera e que sabe que o cérebro se adapta física, cognitiva e emocionalmente a qualquer exigência que seu proprietário lhe imponha. Somos, definitivamente, produto de nossos pensamentos: o ser humano é aquilo que pensa e o que pensamos sobre nós define quem fomos, quem somos e quem seremos.

Ante o excesso de tristeza e de desânimo que sentimos diante de nossos erros e fracassos, devemos intentar tratar-nos bem a nós mesmos em todo momento. A parte tormentosa e autodestrutiva de nossas frustrações e melancolia se atenuam quando nos esforçamos por admitir que a infelicidade também é parte essencial da felicidade e reforça sua duração e importância. Esta é a classe de pessoa que salta fora da cama pelas manhãs e está pronta para abraçar o mundo; que é movida por uma noção de propósito e sabe por que desperta cada manhã. Não é um tipo de entusiasmo ingênuo, passivo, relaxado e ilusório. É um entusiasmo, uma motivação, uma atitude virtuosa, entregada e comprometida, e que reconhece que não há maior fracasso que aquele que subjuga nosso ânimo. Como disse Nietzsche em certa ocasião: “Quien tiene un por qué para vivir puede soportar casi cualquier cómo.”

Depois de tudo, como adverte Philip Zimbardo, se há sobreviventes do Holocausto capazes de manter uma atitude positiva com relação a vida e ver o lado bom do passado, nós também podemos fazer o mesmo. Se há pessoas com graves enfermidades que podem encontrar algo pelo que sentir-se agradecidas e fortalecidas, nós também podemos fazê-lo. Não há nenhuma necessidade de proscrever e nem evitar recordar nossas vivências negativas. Bem mirado, teríamos que recordar essas coisas negativas para evitar repeti-las. Ao aprender a aceitar, assumir e conviver estoicamente com nossos fracassos, podemos fazer com que nosso tempo presente tenha mais importância e reforçar as expectativas e esperanças que depositamos no futuro.

Assim as coisas, o mérito e a valia de uma pessoa radicam no ânimo e na vontade; daí é donde provém sua verdadeira virtude. O esforço é a firmeza não somente de estudos e preparação constantes, senão também, e principalmente, do ânimo, do espírito e de umas quantas toneladas de resistência; não consiste no valor de nossos professores, nem de nossos livros, senão em nossa própria valia e férrea disposição. Quem cai obstinado no seu esforço, quem não rebaixa nem sequer um ápice, nem com pensamentos nem com atitudes, sua vontade, confiança e determinação por nenhuma eventual “não aprovação”; quem, ao dominar a vontade, ao resistir, segue mirando a seu objetivo com uma mirada firme, entusiasmada e desdenhosa, é derrotado não por si mesmo senão pela fortuna. Enfim, aquele que, com uma grandeza de ânimo invencível, “se cai, luta de joelhos” (Sêneca).[3]


Notas e Referências:

* Artigo escrito em colaboração com Marly Fernandez: Doutora (Ph.D.) Humanidades y Ciencias Sociales/ Universitat de les Illes Balears- UIB/España; Postdoctorado (Postdoctoral research) Filogènesi de la moral y Evolució ontogènica/ Laboratório de Sistemática Humana- UIB/España; Mestre (M. Sc.) Cognición y Evolución Humana/ Universitat de les Illes Balears- UIB/España; Mestre (LL.M.) Teoría del Derecho/ Universidad de Barcelona- UB/ España; Investigadora da Universitat de les Illes Balears- UIB / Laboratório de Sistemática Humana/ Evocog. Grupo de Cognición y Evolución humana/Unidad Asociada al IFISC (CSIC-UIB)/Instituto de Física Interdisciplinar y Sistemas Complejos/UIB/España.

[1] Nota bene: Reconheço que não sendo a mente humana unicamente fáustica em sua eterna insatisfação, senão quase vitoriana em sua salaz fascinação pelo lado negativo da vida, a gente  põe mais atenção, e dá mais peso, às experiências negativas que às positivas, que os estímulos negativos são mais chamativos e dominantes, e que as respostas às coisas desagradáveis são mais rápida e forte que as repostas às novas oportunidades, expectativas e esperanças.  Tendemos a exagerar a maioria de nossas frustrações, distorcer o pensamento com recordos claramente nocivos do passado, disparar automaticamente os cenários em que o ocorrido poderia haver sido diferente e lamentar mais os resultados negativos derivados das ações realizadas que iguais resultados negativos devidos a não realizar nenhuma ação. Um fenômeno psicológico conhecido como predomínio ou “sesgo de negatividad (“Negativity Bias”), en que lo malo es más fuerte que lo bueno (D. Kahneman)”: “Odio perder más de lo que me gusta ganar” - Jimmy Connors.

[2] Dito de outro modo, nossa maneira de ver as coisas e de como nos sentimos em um determinado momento da vida depende em grande medida de como pensamos ou antecipamos o que sentiremos no futuro: as expectativas que temos influenciam e condicionam consideravelmente o que percebemos e experimentamos no presente. O que se espera é o que importa em realidade. (I. Kirsch)

[3] “Una imperturbada felicidad no tolera ningún choque. Quien, por el contrario, ha sostenido una incesante lucha con sus desgracias, está endurecido por las desdichas y no cede ante mal alguno; pues aun caído, pelea de rodillas.” (Sêneca)


Atahualpa Fernandez

Atahualpa Fernandez é Membro do Ministério Público da União/MPU/MPT/Brasil (Fiscal/Public Prosecutor); Doutor (Ph.D.) Filosofía Jurídica, Moral y Política/ Universidad de Barcelona/España; Postdoctorado (Postdoctoral research) Teoría Social, Ética y Economia/ Universitat Pompeu Fabra/Barcelona/España; Mestre (LL.M.) Ciências Jurídico-civilísticas/Universidade de Coimbra/Portugal; Postdoctorado (Postdoctoral research)/Center for Evolutionary Psychology da University of California/Santa Barbara/USA; Postdoctorado (Postdoctoral research)/ Faculty of Law/CAU- Christian-Albrechts-Universität zu Kiel/Schleswig-Holstein/Deutschland; Postdoctorado (Postdoctoral research) Neurociencia Cognitiva/ Universitat de les Illes Balears-UIB/España


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