Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

É um cubículo de cadeia. Mais um dos milhares que existem pelo Brasil. Esse espaço é destinado para alocar pessoas e consequentemente não suporta toda produção de Indesejáveis, que são pessoas, seres humanos como qualquer um de nós. Os presos são coitadinhos defendidos pelos direitos humanos. É o que diz

A cela foi projetada para receber 8 pessoas há quase 20 presos na cela. É notório que não cabem todos na mesma cela. E a gente acha isso razoável, normal, consequências e resultados de escolhas erradas.

Essa é a mesma cela que prospecta a ideia de Ressocialização. Todos os presos que ingressam na prisão, respondem processos criminais e são considerados os sujeitos mais reprováveis do cenário social.

Há quem acredite que o sujeito vai sair dessa cela com uma percepção melhor de vida. Não tem espaço pra leituras, estudos. Nem mesmo se quiser refletir sobre seu crime , o sujeito consegue. O local é desanimador. E a lei que estabelece a punição e a ressocialização, não prevê um espaço assim. E tem aos montes deles por aí.

Há quem diga, de forma insana,  que o caixão da vítima é mais apertado. Extrapolam a dor para se valer do sofrimento alheio como algo justo ou pouco. Hierarquização do sofrimento. E sem perceber, não reconhecem que todos perdem. Que sociedade ganha produzindo mortos e presos? Ou mortos e mais mortos?

E desse lugar que o cara sai pra falar com o advogado, com a família, com a Assistente Social, é assim que vai pra escola.

Pode desejar o mal que for, mas é de um lugar assim que ele vai sair. E transitar entre a gente. Tem gente que acredita que o apavoro é pedagógico, como se a prisão, do jeito que é, fosse capaz de estimular reflexão sobre castigo, pena, prisão e futuro.

Escolhemos errado ao jogar o cara numa cela assim, e alegar que é só não fazer besteira. E tem gente ali, que sequer deveria estar ali.

As escolhas erradas forjaram um criminoso. Mas somos nós que escolhemos forjar um bicho iracundo. E a prisão é uma fábrica legitimada por nós em nome de uma justiça e sede de vingança. Vai sofrer pra aprender.

Ao deteriorar a esfinge criminosa, aniquilamos a possibilidade humana que um dia existiu.

 

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