Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Confortavelmente, sento-me na cadeira à brisa da manhã.
Escrevo os meus percalços e assim me desvio dos afazeres.
Vejo grades quadriculadas, com vasto espaço de horizonte à frente.
Bem ali, retomo uma foto já alaranjada do meu avô.
Pomposo com um pé apoiado no degrau,
olhava certeiro mirando longe na mata volumosa, que hoje não se vê.
Rosto empinado, sujeito dono de si.
Não deixa o mau tempo tomar conta de seus objetivos. São tantos.
Conquistas estão a lhe esperar.
Não se pode se deixar levar por gente que são pedregulhos no caminho.
É como agia.
Se cercava daqueles que o serviam de alavancas para atingir o máximo de si e além.
Meu vô Lula teria muito a me ensinar.
Principalmente, creio eu, sobre coragem.
Coisa que pouco sei.
E como me dói pouco saber sobre coragem.
Precisamos de muita coragem na vida.
“Bora, minha filha!” ele diria.
Sem saber, meu avô me serve de muleta para enfrentar minha ingênua covardia.
Ninguém enfrenta esse mundo sozinho.
Mas é o que sou, uma pequenina que quer ser algo como vovô Lula.
Enfrentar-me, também demanda coragem.
Vovô Lula, o que você me diria?
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