Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos
Dizem que sou força e resiliência,
Dada a história dos meus ancestrais
Pessoas arrancadas das suas raízes
Deixando suas origens lá no africano cais.
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Apesar de descendente de realezas,
Associam-me a aspectos da pobreza,
Como se esta fosse uma opção, e não a muitos uma imposta condição.
Não sabem eles quanto orgulho tenho da minha história e beleza!
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Graças à crescente representatividade,
Eu me reconheço grande e valorosa,
É imensurável poder viver em um país ou cidade
Em que me vejo no outro, reconheço a minha identidade.
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Mulheres de características afro-brasileiras,
Hoje, estampam revistas, capas de livro em prateleiras.
Mas, ainda é muito pouco. Precisamos ocupar as altas cadeiras,
Lugares de autoridade e poder na nação brasileira.
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E não só isso: também somos dignas de ser amadas.
A solidão da mulher preta precisa ser dizimada.
Queremos ser vistas por dentro.
E nada de desmerecer o nosso negro revestimento!
É nele que descansa o orgulho ao nosso pertencimento.
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E você se orgulha de quê?
Da sua verdadeira ancestralidade
Ou segue na deturpada realidade
De que seu elo é com as arianas nobrezas?
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Acorda, iludido! Até quando sobrevirá de artificialidades?
A pior coisa é não saber quem se é de verdade.
Mais duro ainda é viver a se renegar por uma tola vaidade,
Que só te qualifica como desconhecedor da sua própria imagem.
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Pelo fim da sua cegueira milenar, escolho viver harmoniosamente com você.
Faça a sua parte: deixe a sua ignorância de lado e trate-me com respeito.
É o mínimo que lhe exijo e espero te ver fazer.
Abaixo o seu racismo, o seu preconceito!
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Basta!
Eu quero paz.
Só ela e o amor que eu carrego no peito.
Imagem Ilustrativa do Post: violência // Foto de: ninocare // Sem alterações
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