Aventura de Outro Amanhã

27/11/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Mato

Meu poema está ferido
O sangue escorre pelas pernas
Como se tivesse abortado
Vítima de crueldade perpetuada
Morro, quando tiram direito à vida
Penetra a maresia do gozo
Sujo
Numa posição indefesa
Cheia de hematomas
Meu poema pede socorro!!
Para todos os gêneros
poéticos
Remova essa placenta
Permita que me banhe e sobreviva
O vento assobiou
Um canto
Na beira do rio
Vem de longe
Mordo o cordão umbilical
E vou ao encontro da
mulher
Que não caminha sozinha

 

Imagem Ilustrativa do Post: abortion // Foto de: Joana Coccarelli // Sem alterações

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