Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Mato
Meu poema está ferido
O sangue escorre pelas pernas
Como se tivesse abortado
Vítima de crueldade perpetuada
Morro, quando tiram direito à vida
Penetra a maresia do gozo
Sujo
Numa posição indefesa
Cheia de hematomas
Meu poema pede socorro!!
Para todos os gêneros
poéticos
Remova essa placenta
Permita que me banhe e sobreviva
O vento assobiou
Um canto
Na beira do rio
Vem de longe
Mordo o cordão umbilical
E vou ao encontro da
mulher
Que não caminha sozinha
Imagem Ilustrativa do Post: abortion // Foto de: Joana Coccarelli // Sem alterações
Disponível em: https://www.flickr.com/photos/narghee-la/27303719167/in/
Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode