Aumento do cibercrime em tempos de Covid-19.  

22/05/2020

De início, uma breve analise na etimologia: os cibercrimes, crimes cibernéticos, crimes virtuais, ou crimes informáticos, são denominações dadas aos crimes praticados por dispositivos eletrônicos conectados à internet.

Todas essas nomenclaturas surgiram no fim dos anos 90 na cidade de Lyon, na França, em uma reunião de um subgrupo das nações do G8 (composto pelos sete países mais ricos e industrializados do mundo, mais a Rússia).

Nesta reunião, teve por finalidade a busca da origem, bem como métodos a serem utilizados no combate aos ilícitos informáticos.

De maneira exponencial vem crescendo os números de delitos praticados no ambiente virtual, em 2019 tivemos um aumento de 110%, atingindo por conseguinte mais de 100.000 (cem mil) vítimas.

Em tempo de pandemia, o novo coronavírus não só traz agravo na saúde mundial, mas o aumento significativo na criminalidade. 

Os criminosos estão ganhando terreno e arrojo na sua forma de atuar, só no primeiro trimestre de 2020, segundo dados da Kaspersky, tivemos:

  • Em março/2020 houve um aumento de 124% de ataques a dispositivos móveis, crescimento diretamente ligado às mensagens maliciosas circulando no WhatsApp se aproveitando da pandemia.
  • No 1° trimestre de 2020 foram registrados3 mil domínios suspeitos relacionados à pandemia 
  • 40% das empresasjá observaram um aumento nos ataques cibernéticos, a maioria deles utilizando o COVID-19 como tema.

As atividades criminosas no âmbito virtual infelizmente fora potencializada pelo Covid-19 

Os criminosos estão se aproveitando por diversos motivos, vejamos alguns dos crimes mais reportados:

  • Grande procura por produtos como equipamentos de proteção, medicamentos, e teste para detecção da doença, isso aqueceu o mercado negro, o que gerou o aumento de estelionatos e dano ao consumidor.

 

  • Aumento de teletrabalho, fazendo com que maior índice de usuários em tempos simultâneos estejam conectados, o que gera um risco para a segurança virtual, pois tende a permitir conexões externas aos sistemas centrais das empresa, abrindo novas vias de ataque para os cibercriminosos

 

  • Abuso da boa-fé, nessa crise pandémica, os cibercriminosos aproveitam para realizar o que descrevem como “ataque de engenharia social”, consiste num mecanismo digital que restringe o acesso a certas partes do dispositivo “infectado” que só é revogado após o pagamento de um resgaste

 

  • Houve, infelizmente, o aumento da atividade no mercado de pornografia infantil. O que deve redobrar a atenção dos pais com seus filhos, no uso de dispositivos moveis em geral, monitorar os jogos, históricos, acessos é de grande valia nesse combate.

 

  • Clonagem de WhatsApp cresceu de maneira significativa, a indicação é não clicar em nenhum link, nem tão pouco repassar para conhecidos, links os quais não se tem certeza da veracidade. Fica a extensão para não clicar em links enviados via e-mails. Uma vez o usuário acesse o link, bem como passar códigos de verificação, poderá ter seus dispositivos invadidos, gerando danos, muitas vezes irreversível.

 

  • Outra prática em evidência durante a pandemia é a divulgação desenfreada de notícias falsas, principalmente em aplicativos de conversas. Conhecidas como “Fake News”, elas possuem o único intuito de dissipar informações falsas, que podem levar a população a erro sobre determinado assunto. Apesar de não ser tipificada pelo Código Penal Brasileiro, é importante ressaltar que, a depender do teor e conteúdo da notícia, os responsáveis por sua disseminação podem responder por crimes de difamação, injúria entre outros ilícitos penais. No aumento das Fakes News, os cibercriminosos conseguem além de causar dano ao patrimônio, eles tentam potencializar a ansiedade, e medo gerado pelo novo coronavírus.

 

  • Tivemos um exemplo grave registrado, um ataque cibernético contra o Hospital da Universidade na República Checa, que forçou o encerramento de toda sua rede de computadores, gerando grandes transtornos, adiando intervenções médicas de urgência, bem como transferências de centenas de pacientes para outros hospitais.

 

  • Clonagem de Aplicativos e Sites do Governo Federal, sacando benefícios no lugar do verdadeiro beneficiário, o que gera grandes transtornos para essas vítimas em situação de vulnerabilidade. 

A principal arma que temos é informação da população, aliada a algumas medidas básicas de segurança ao usar os dispositivos moveis.

Medidas simples, tais como: buscar informações em sites oficiais ou de notória seriedade; utilizar somente aplicativos oficiais; verificar sempre a fonte da notícia antes de compartilhar; utilizar sistemas de criptografia quando da realização de videoconferências e chamadas de vídeo, ativar a verificação em dois fatores, em todas as suas redes sociais, dentre outras.

Desconfie de notícias chamativas, confira a veracidade das informações e, na dúvida, não compartilhe.

 

 

Notas e Referências

https://www.perallis.com/news/aumento-do-cibercrime-em-tempos-de-pandemia-de-home-office

https://www.linkedin.com/pulse/cibercrimes-em-tempos-de-covid-19-vin%C3%ADcius-domingues-de-faria/

 

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