AS RUAS POUCO FALADAS

14/12/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Mato

Subiu a ladeira, ergueu a cabeça e viu o sol e seu esplendor. Viu também a sombra guardando um corpo calado e fustigado.

Alguém exclama: “o nosso lugar não tem voz e não tem vez!”

Outro grita: “É invasão que chama e arde na pele do nosso povo!”

Inocentes, rumo ao sol e rumo à liberdade, são derrubados, porque voz é perigo e vez não é marginal.

Os lugares excluídos respiram, porém há tantos que querem sufocá-los.

Alguém disse: “Aqui é minha casa. Aqui conto a minha história.”

E o cartucho marca o silêncio, mas não apaga a trajetória. Não apaga, não irá apagar!

E o que corre nas veias do Brasil? Um sangue derramado. O sangue dos não privilegiados.

Por isso te digo: não cobre os teus olhos! Enxerga o pranto, enxerga a violência que legitimamos, enxerga cada um, cada rosto, cada vida, cada passo.

Enxerga, então, as histórias roubadas pela mão do Estado.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Still on the island, but going back monday. I will try to visit you folks, but my account here is limited. // Foto de: Rookuzz.. // Sem alterações

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