Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Vai, angústia, te esconde,

Não persigas quem não quer tua companhia,

Foge, vai para longe,

Abandona a fonte que quer secar,

Sai da introspecção humana,

Deixa a alma respirar;

 

Aqui, não tem mais espaço para tua morada,

Deixa de sugar as gotas de felicidade alheia,

Aprende a viver só.

Não sufoques os corações

Deixa-os bater no compasso próprio,

Não confundas as mentes,

Não apagues os sorrisos;

 

Tu não sobreviverás  às rajadas de sol vibrante,

Nem ao verde dos galhos,

O arco-íris te será fatal

Depois do frescor da chuva,

Tu não resistirás ao colorido do mundo,

Nem à brandura do vento.

 

Aqui, não terás mais alimento,

Não beberás as lágrimas,

Que descerão das faces por alegria,

Nem ouvirás melodias tristonhas;

 

As portas estão cerradas,

Tu não te quedarás mais aqui

Em teu lugar, habitará outro sentir,

Talvez uma calmaria terna,

Ou um suspiro de paz,

Mas jamais teu sufocar pungente,

Nem tua tristeza amarga,

Quiçá teu punhal de dor;

 

Adeus, vai para sempre,

Tuas amarras e teus grilhões

Não aprisionam mais,

Tua força findou,

Chega, afasta,

 

Não te vejo mais,

Não te sinto,

Não resta nem sequer tua lembrança,

Eis a liberdade,

Teu império acabou.

 

 

Imagem Ilustrativa do Post: rua // Foto de: Ben_Kerckx // Sem alterações

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