AH! TEMPO  

23/10/2020

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

 

Força insana que vibra no metal dos sinos

Desola corações,

Faz calar almas,

Nubla os céus,

Entorpece os homens.

 

Dinâmica que cronometra sentimentos,

Desperta sorrisos,

Que entristece lábios.

 

Deus das horas

Que crava os pingos na terra

Trazendo a chuva,

Que endurece o chão

Ao se abrir em veias

Nos caatingais sem flor.

 

Na infância,

Era um pai generoso,

Me conduzia sobre as árvores,

Brincava na ciranda de roda

E, com a leveza da brisa matinal,

Tocava meu rosto

 

Aos poucos,

Rasgou o véu de seda que cobria minha pele,

Com mão implacável,

Não hesitou em marcar minha face.

 

Agora, é um menino travesso,

Vai saltando dias,

Moldando estações,

Ouvindo preces.

 

Com seu poder enigmático,

Torna-se um amigo

Que vem arrefecer a dor,

Secar as lágrimas,

Anunciar outro amanhecer.

 

Ah, tempo,

Tu ontem foste grão na terra,

Hoje és colheita,

O sol que dissipa nuvens,

O calar da ciência,

Rompimento,

Mutação, cisão.

 

És, por fim,

O ciclo maior da existência,

O porvir na vivência

O milagre dos segundos,

O verdadeiro renovar da vida.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Defined by Time. // Foto de: Lauren Hammond // Sem alterações Disponível em: https://www.flickr.com/photos/sleepyjeanie/5523625197 Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode

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