A república perfeita – A Presença do Reino de Deus – Por Thiago Brega de Assis

15/01/2017

“Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, respondeu-lhes: ‘A vinda do Reino de Deus não é observável. Não se poderá dizer: ‘Ei-lo aqui! Ei-lo ali!’, pois eis que o Reino de Deus está no meio de vós’” (Lc 17, 20-21).

O Evangelho significa a boa notícia, a boa nova, e essa boa nova é a vinda do Reino de Deus, a consumação das promessas messiânicas, um período de paz, justiça e prosperidade na Terra, quando os homens adorarão em espírito e verdade o único Deus verdadeiro, em que a Política, o exercício do poder público, e os governos humanos serão corretos, assim como os governados, que se portarão como bons cidadãos.

A simples presença de Jesus, Ungido pelo Espírito Santo, já representa a presença do Reino de Deus, “está no meio de vós”, quando o Espírito Santo, Razão Santa ou Ideia Santa, habita no homem. Essa é a Encarnação, Deus vivendo entre os homens, e depois da assunção, ou elevação, de Jesus aos Céus, o Espírito foi derramado em pentecostes, permitindo uma conversão em massa ao cristianismo (At 2).

Naquele dia ocorreu um arrebatamento, assim como na conversão de São Paulo.

Arrebatamento, no dicionário Aurélio, significa “1. Ato ou efeito de arrebatar(-se). 2. Precipitação, excitação. 3. Fúria súbita; exaltação, irritação, ira. 4. Estado de quem se acha arrebatado (3); êxtase, enlevo, transporte, arroubo, arrebato”.

Portanto, arrebatamento tem vários significados, podendo indicar a mudança física de um lugar para outro ou a mudança psíquica, de estado de espírito.

Existe uma interpretação evangélica, exposta no livro “Deixados para trás”, e que também está no filme “Apocalipse” com Nicolas Cage, no sentido de que no arrebatamento as pessoas crentes e piedosas serão levadas em corpo para os céus, deixando na terra os demais.

Contudo, não vejo essa como a melhor visão do que relatam os textos bíblicos, que permitem ver o arrebatamento que antecede o pleno desenvolvimento do Reino de Deus na Terra, a Parusia, como Presença de Deus entre os homens, como um fenômeno psíquico e espiritual, ainda que possa haver pontualmente algum arrebatamento físico mesmo, como nos casos de Elias e Enoque.

“Conheço um homem em Cristo que, há quatorze anos, foi arrebatado ao terceiro céu — se em seu corpo, não sei; se fora do corpo, não sei; Deus o sabe! E sei que esse homem — se no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe! — foi arrebatado até o paraíso e ouviu palavras inefáveis, que não é lícito ao homem repetir” (2Co, 12, 2-4).

Essa passagem indica o arrebatamento e a volta da pessoa para contar que esteve no paraíso, não havendo indicação de tenha ficado por lá. O Evangelho trata da vinda do Reino de Deus, e não a nossa ida para os Céus. A política mundial se renderá à verdade científica do Monoteísmo, para adoração do único Deus.

A república, a res publica, será finalmente entendida como a Igreja, a comunidade dos homens com a finalidade de atender ao bem comum de todos.

É nesse sentido que vejo o arrebatamento descrito por são Paulo:

“Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em seguida nós, os vivos que estivermos lá, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor, nos ares. E assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Te 4, 16-17).

O arrebatamento indicará, assim, a Parusia, a presença do Cristo, do Espírito Santo, entre os homens, mas nem todos o receberão, apenas os que estiverem preparados, em harmonia com a vida santa exigida para que Espírito habite na humanidade. E serão estes os governadores do povo, os reis sacerdotes, com ação perfeita segundo a razão máxima coletiva, segundo o Logos, segundo a Ciência, para o bem de todos, e não dos grupos de poder que hoje controlam os Estados.

“Ele aparecerá a segunda vez, com exclusão do pecado, àqueles que o esperam para lhes dar a salvação” (Hb 9, 28).

“Como nos dias de Noé, será a Vinda do Filho do Homem. Com efeito, como naqueles dias que precederam o dilúvio, estavam eles comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não perceberam nada até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na Vinda do Filho do Homem. E estarão dois homens no campo: um será tomado e o outro deixado. Estarão duas mulheres moendo no moinho: uma será tomada e a outra deixada. Vigiai, portanto, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse em que vigília viria o ladrão, vigiaria e não permitiria que sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós, ficai preparados, porque o Filho do Homem virá numa hora que não pensais” (Mt 24, 37-44).

O Dia do Filho do Homem virá como um ladrão à noite, de repente, como surpresa para muitos, pelo que é preciso manter a vigilância e a oração.

A preparação para o Reino é como a imantação de uma substância, a alteração de suas qualidades físico-químicas para reagir ao campo eletromagnético. A vigília e a oração permitem reagir com o campo espiritual, e aqueles que estiverem prontos serão tomados, arrebatados pelo Espírito, sofrerão o salto quântico, mental e espiritualmente.

No caso humano a pessoa vai se santificando a cada dia, para se tornar mais e mais justa, segundo a melhor razão, o Espírito, o pensamento compartilhado coletivamente em favor de todos, e na Parusia ocorrerá o fluxo de santidade permanente, pelo comportamento humano integrado ao Cosmos.

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos ansiosamente como Salvador o Senhor Jesus Cristo, que transfigurará nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso, pela força que lhe dá poder de submeter a si todas as coisas” (Fl 3, 20-21). Assim, o arrebatamento será como a transfiguração de Jesus no alto da montanha diante de Pedro, Tiago e João (Mt 17, 1-8), para aqueles que estiverem se preparando e esperando.

Provavelmente tal fenômeno ocorrerá após um período de comoção mundial, para cumprimento da profecia de Ezequiel, descrevendo um ataque a Israel, depois da reunificação do reino, está já ocorrida em 1948 pelo Estabelecimento do Estado de Israel, unificação descrita no capítulo 37 de Ezequiel, há mais de dois mil e quinhentos anos, e já cumprida.

“Sucederá naquele dia, em que Gog vier contra a terra de Israel, — oráculo do Senhor Iahweh — que a minha cólera transbordará. Na minha ira no meu ciúme, no ardor da minha indignação eu o digo. Com efeito, naquele dia haverá um grande tumulto na terra de Israel. Diante de mim tremerão os peixes do mar, as aves do céu, os animais do campo, todo réptil que rasteja sobre a terra e todo o homem que vive sobre a face da terra. Os montes serão arrasados, as rochas íngremes, bem como todos os muros ruirão por terra. Chamarei contra ele toda espada, oráculo do Senhor Iahweh; será a espada de todos contra todos. Castigá-lo-ei com a peste e o sangue; farei chover uma chuva torrencial, saraiva, fogo e enxofre sobre ele e as suas tropas e os muitos povos que vierem com ele. Eu me engrandecerei, me santificarei e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações e elas saberão que eu sou Iahweh” (Ex 38: 18-23).

Esse episódio bíblico está em fase de cumprimento, pela situação do oriente médio, como as resoluções recentes da ONU contra Israel, as propostas de governo de Trump, especialmente a de transferência da embaixada americana para Jerusalém, o que implicará em aumento da litigiosidade na região, indicando a possibilidade de guerra, que será interrompida pelo Deus Vivo, que controla as forças da natureza, quando haverá o reconhecimento mundial da veracidade científica, profética e religiosa da Bíblia, em sua correta interpretação.

“Farei com que o meu nome santo seja conhecido no seio do meu povo Israel e não consentirei na profanação do meu santo nome. Então saberão as nações que eu sou Iahweh, santo em Israel. Certamente isto há de sobrevir, pois que está decidido, oráculo do Senhor Iahweh: Este é o dia de que falei” (Ez 39: 7-8).

“Naquele dia, Iahweh protegerá o habitante de Jerusalém; naquele dia, mesmo o que tropeça entre eles será como Davi, a casa de Davi será como Deus, como o Anjo de Iahweh diante deles. E acontecerá, naquele dia, que eu procurarei destruir todas as nações que avançam contra Jerusalém. Derramarei sobre a casa de Davi e sobre todo habitante de Jerusalém um espírito de graça e de súplica, e eles olharão para mim. Quanto àquele que eles transpassaram, eles o lamentarão como se fosse a lamentação de um filho único; eles o chorarão como se chora sobre o primogênito. Naquele dia, será grande a lamentação em Jerusalém, como a lamentação de Adad-Remon, na planície de Meguidon” (Zc 12: 9-11).

Após esse dia, será estabelecida a paz entre as nações, quando o povo judeu se converter ao cristianismo, reconhecendo que Jesus Cristo é o Messias, o filho do Deus Vivo, e quando os muçulmanos compreenderem a verdade do Alcorão, como confirmação da Torá e do Evangelho, e a superioridade profética de Jesus sobre Maomé, como consta no próprio livro árabe.

Antecedendo o Dia do Senhor haverá muita comoção e dificuldade na terra, talvez com o colapso definitivo do sistema financeiro mundial, suspenso provisoriamente pelos pontuais ajustes após a crise econômica de 2008. “O quinto derramou sua taça sobre o trono da Besta.. E o seu reino ficou em trevas: os homens mordiam a língua de dor, e blasfemaram contra o Deus do céu por causa de suas dores e úlceras. Mas não se converteram de sua conduta…” (Ap 16, 10-12). Mas quem assistiu ao filme “A Grande Aposta” (disponível no Netflix), especialmente as informações finais, perceberá que o problema econômico que gerou a crise de 2008 não foi solucionado, pois parece que a bolha econômica mundial está novamente inflada.

Os muçulmanos também se converterão, pois o ataque a Jerusalém provavelmente será feito por nações que incluirão povos islâmicos, para que todas as nações entendam que existe um Único e mesmo Deus, chamado de Pai, mas também de Iahweh e Alá.

O Reino de Deus terá um governo humano, pois toda autoridade vem de Deus; será conhecido, então, o verdadeiro conceito de República, ainda nunca praticado.

“Cada um se submeta às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. De modo que aquele que se revolta contra a autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus” (Rm 13, 1-2).

“Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, seja ao rei, como soberano, seja aos governadores, como enviados seus para a punição dos malfeitores e para o louvor dos que fazem o bem, pois esta é a vontade de Deus que, fazendo o bem, tapeis a boca à ignorância dos insensatos” (1Pd 2, 13-15).

Nesse ponto os judeus e muçulmanos possuem melhor interpretação teológica sobre a ação de Deus entre os homens, no sentido de que a era messiânica, no Reino de Deus, contará um governo humano justo, em que os santos se sentarão em tronos para julgar as nações (Ap 20, 4), e o problema deles é não conhecer o conceito do Cristo, que nem mesmo muitos chamados cristãos entendem.

O governo humano deve ser perfeito, e para isso basta que as leis sejam corretamente aplicadas, especialmente no caso do Brasil, cuja Constituição é, em sua correta hermenêutica, pela verdadeira Ciência, uma manifestação da Lei de Deus, que indica a autêntica República.

Os eventos atuais nos indicam que o Dia está muito próximo, e até mesmo o governo de Israel se prepara para a guerra total – https://br.noticias.yahoo.com/israel-prev%C3%AA-ataques-1-500-foguetes-di%C3%A1rios-caso-164806906.html.

O Reino de Deus está próximo. A República será realizada.

Maranatha. Que venha a Justiça!


Imagem Ilustrativa do Post: Columns in the Great Meadow // Foto de: Robert Lyle Bolton // Sem alterações.

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