A Poderosa Chefinha – Por Fernanda Mambrini Rudolfo

02/04/2017

Em pleno ano 2017, ainda é difícil falar sobre os direitos das mulheres. Tratar expressamente de feminismo, então, a depender do ambiente, pode ser como mencionar Valdemort. Mesmo na busca de palestrantes sobre o tema, é mais fácil receber indicações de nomes masculinos do que femininos, reproduzindo a predominância que se vislumbra nas demais áreas.

Além de, com frequência, haver desrespeito ao lugar de fala (muitos não sabem sequer o que isso significa), não é incomum que se evite enfrentar o assunto em eventos acadêmicos justamente pelas dificuldades inerentes às questões de gênero. Mais fácil falar sobre o novo Código de Processo Civil ou sobre a insignificância nos crimes contra o patrimônio (sem nenhum demérito às temáticas e a quem as explora). Fato é que ainda é difícil falar sobre as mulheres.

E ainda é difícil que as mulheres que ocupam papéis de destaque obtenham reconhecimento do mesmo modo que os homens. Por isso vemos mesas e bancadas essencialmente masculinas e, com frequência e também por consequência, machistas. Não se trata de competência, mas de credibilidade, a qual não é conferida na proporção devida.

Mulheres em cargos importantes (não me agrada essa expressão porque toda atividade é importante, mas faço referência a cargos de chefia, por exemplo) são desrespeitadas. A conotação do golpe no Brasil não é o único grande exemplo. O tratamento conferido à chanceler alemã, Angela Merkel, mesmo em eventos oficiais, é reiteradamente desrespeitoso. Evidentemente, deslegitimando a mulher que ocupa o cargo. E podemos seguir analisando situações de menosprezo ao papel da mulher até chegar à mais sutil interrupção em uma reunião de trabalho.

É fácil não falar sobre o tema, restringindo-se e submetendo-se a poderosos chefões e chefinhos. Difícil é reconhecer o poder e a capacidade da mulher, lutando pela mudança da realidade. Ainda precisamos falar muito sobre o assunto.


 

Imagem Ilustrativa do Post: Seventeen Again // Foto de: Fe Ilya // Sem alterações

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