A incrível arte de lecionar

29/08/2020

Ensinar é uma arte, absorver esses ensinamentos e colocar em prática é uma questão de sabedoria. A missão do professor sempre se destacou pelo fato de trabalhar com a mais nobre realidade do mundo: o coração e a inteligência do ser humano. Nada é mais importante do que o ser humano. Se é nobre e necessário dominar o aço e os microrganismos, construir casas e computadores, muito mais nobre é formar o homem, senhor de tudo isto. Os sábios gregos já diziam: dá-me uma sala de aula e mudarei o mundo!

Ter de forma clara quais são os objetivos de ensino e quais passos deverão ser tomados para que esse objetivo seja alcançado é fundamental para uma educação de qualidade.

Para uma discussão analítico-comportamental destes objetivos, é importante salientar que ensino é entendido como atividade que deve preparar o aluno para o futuro, possibilitando o desenvolvimento de habilidades e a aquisição de conhecimentos sobre o mundo e sobre si mesmo, necessários à sua sobrevivência como membro da espécie, como indivíduo e como participante de uma cultura.

A educação deve promover a liberdade do aluno, ensinando-o a lidar eficientemente com seu ambiente e a agir por si próprio, tornando-se independente de outros que lhe digam o que deve fazer, aprendendo a alterar os fatores determinantes de seu comportamento, estabelecendo condições que fogem aos padrões pré-estabelecidos, a fim de que o aluno possa reagir a vários tipos de controles externos e a emitir respostas que são comumente caracterizadas como originais.

Professor, aquele que ensina, que transmite conhecimento, é ser essencial para a formação do ser humano. Entendendo, que uma sociedade desenvolvida, é uma sociedade esclarecida e o esclarecimento vem através dos professores, de um ensino de qualidade.

A missão de um professor é, sem sombra de dúvida, divina, sublime, essencial para a transformação do mundo, mas temos que admitir que os caminhos pelos quais os educadores têm de trilhar são árduos.

CONCEITO DE DIDÁTICA

Didática consiste na análise e desenvolvimento de técnicas e métodos que podem ser utilizados para ensinar determinado conteúdo para um indivíduo ou um grupo. A didática faz parte da ciência pedagógica, sendo responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino.

Nessa perspectiva a didática pode ser definida como um ramo da ciência pedagógica voltada para a formação do aluno em função de finalidades educativas e que tem como objeto de estudo os processos de ensino e aprendizagem e as relações que se estabelecem entre o ato de ensinar (professor) e o ato de aprender (aluno).

Ela favorece uma aprendizagem qualitativa, tendo em vista, focalizar sempre o melhor para os alunos e viabilizar facilidades no trabalho do professor, tornando suas ações seguras e precisas. Em suma, a didática é a disciplina que fundamenta a prática docente.

A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA

A Didática é o principal ramo de estudo da pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos.

Muitos são os problemas que surgem, quando se parte da teoria para a prática, e quando se chega na prática a história é outra. É por isso que indispensável a junção de teoria e prática, é dever do professor atualizar-se constantemente, será eficiente se conservar tanto a competência de ensinar, quanto a de aprender. A didática é essencial para a prática pedagógica, a partir da teoria o professor organiza e seleciona os materiais que irão facilitar no processo de ensino aprendizagem, cabe ao professor ser flexível nas distintas formas que cada aluno tem de aprender, observar as particularidades. O professor deve oferecer através de sua didática, algo que deixe os alunos interessados, comprometidos com o conhecimento.

Libâneo (2002, p. 64) clarifica que a: “educação compreende o conjunto dos processos, influências, estruturas, ações que intervém no desenvolvimento humano do indivíduo e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais, visando à formação do ser humano ( … ) é uma prática social, que modifica os seres humanos nos seus estados físicos, mentais, espirituais, culturais, que dá uma configuração a nossa existência individual e grupal.”

Como dizia Santos (2003): A didática passou de apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas para um atual (…) modo de crítico de desenvolver uma prática educativa, forjada de um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo edificador, mas pelo educador, conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.

No âmbito da educação escolar não se pode ensinar de qualquer maneira, de forma aleatória, precisa-se de orientações, subsídios, um guia do docente, e a didática é esse suporte que veio proporcionar eficácia e eficiência no trabalho DO EDUCADOR.

O PROCESSO DE EDUCAÇÃO

O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente.

O legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga - Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais.

Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.

Surgem na Europa as primeiras escolas nos moldes das atuais, com crianças nas carteiras e professores em salas de aula. A história da educação no Brasil começou em 1549 com a chegada dos primeiros padres jesuítas, inaugurando uma fase que haveria de deixar marcas profundas na cultura e civilização do país.

O mundo mudou. Como resultado das transformações econômicas e sociais, essa visão do século XX da educação caducou. Um professor já não pode prever com confiança os tipos de conhecimentos e competências de seus alunos trabalhados ao longo da vida. A transmissão de valores tradicionais já não é mais garantida.

Com as mudanças do século XXI, os educadores enfrentam um cenário radicalmente diferente de desafios. Hoje, temos que preparar os alunos para trabalhar e viver em um mundo que só podemos imaginar vagamente. A maioria dos estudantes que entra no jardim de infância hoje provavelmente atuará no futuro em categorias de trabalho ainda não criadas.

A figura do professor mudou muito ao longo das décadas. Ele não é mais visto como alguém que detém todo o conhecimento disponível na área em que atua. Tampouco é preciso que o aluno passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca. Na educação do século XXI, o conhecimento está fora da redoma.

A Finlândia despontou como uma potência educacional ao romper com padrões de ensino e trazer novas formas de ensinar nas escolas, despertando a curiosidade das crianças ao associar os temas trabalhados em aula às coisas do dia a dia.

O PAPEL DO PROFESSOR

Segundo o educador pernambucano, Paulo Freire (1921-1997), o papel do professor é estabelecer relações dialógicas de ensino e aprendizagem; em que professor, ao passo que ensina, também aprende. Juntos, professor e estudante aprendem juntos, em um encontro democrático e afetivo, em que todos podem se expressar.

O professor deve atuar de forma que leve o educando a pensar, criticar e gerar dúvidas para a produção do conhecimento. Assim, o papel do professor passa por transformação, exigindo desse profissional novas práticas, exercendo o papel de mediador, transformador de sentidos, buscando a formação de alunos críticos, autônomos, e o educando deixa de ser passivo e passa a ser responsável pelo seu processo de aprendizagem.

Em um contexto em que a informação está acessível a qualquer um, o poder está nas mãos dos alunos cabe ao educador apenas ajudar a praticá-lo. Ambientes modernos de aprendizagem desconstroem modelos tradicionais de quatro paredes e permitem maior movimentação entre espaços e conceitos.

Educador é o sujeito responsável por coordenar, na relação com o outro, os processos de ensino e aprendizagem. Isso significa que o educador é um profissional que investe no processo de desenvolvimento do educando, sempre ciente do que ele, efetivamente, necessita aprender.

O Professor é um articulador fundamental na escola: ele deve apoiar a relação entre famílias, alunos e gestores. Ele deve aprender a conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos.

Os professores, hoje, devem ter ampla sensibilidade para as idiossincrasias de seus alunos.

Compreender o papel que a escola em que trabalham possui na sociedade local e quem é cada um dos alunos é fundamental para criar vínculos de verdadeira cumplicidade.

Isso é um primeiro passo essencial para que aluno e professor, juntos, possam construir um caminho de progressos no ensino.

De acordo com a visão moderna, o papel dos professores é ajudar a formar ‘aprendedores’, ou seja, alunos que saibam como aprender, utilizando com maestria as ferramentas tecnológicas e cognitivas à sua disposição.

Em um mundo em eterna mudança, aprender a aprender talvez seja a aula mais importante de uma vida.

A função de ‘facilitador’ muito divulgada para os professores nada mais é do que tornar os alunos progressivamente mais independentes, motivados pelas descobertas que podem ser feitas no dia a dia e preparados para uma vida inteira de estudos e aprendizado.

‘Facilitar’, aqui, é sinônimo de transmitir a importância e o prazer que há em aprender.

Se há uma coisa que nunca irá mudar é o protagonismo do professor para o bom aprendizado.

As mudanças da sociedade e o advento da tecnologia trouxeram novos desafios e novas possibilidades para o cotidiano da profissão, mas não mudaram o fato de que o professor continua sendo a peça fundamental para criar gerações mais bem preparadas para lidar com os desafios do mundo.

O papel do professor deve alternar-se entre as figuras do mediador, facilitador e mentor, permitindo assim que os jovens estejam no centro de seu próprio processo de aprendizagem.

Isso significa que ele deve se atentar a:

  1. Criar experiências de aprendizado

O professor não precisa ser expert em um determinado assunto para que ele seja absorvido. Deve, no entanto, saber como produzir ambientes e aplicar métodos que forneçam uma boa experiência de aprendizado, instiguem o aluno e permitam que ele exercite sua criatividade propondo desafios, incentivando a participação e a interatividade, sugerindo projetos mão na massa e criando espaços makers.

  1. Aprender junto

A noção de comunidade tem um papel importante na Educação, tanto dentro quanto fora da instituição. Por isso, além de ir atrás de problemas reais que possam ser solucionados em seu entorno, é importante facilitar a busca por informação em grupo e ter humildade para se envolver também nesse processo quando não tiver as respostas, sabendo que os próprios alunos podem ser fonte de conhecimento e encorajando a troca e a construção entre eles.

  1. Prover recursos

Para que os alunos possam chegar às suas próprias conclusões, é necessário dar as ferramentas adequadas a eles. Logo, o papel do professor vai além do “ensinar a pescar em vez de dar o peixe”: passa a ser oferecer molinete, linha e anzol e orientar de longe a elaboração da própria vara.

  1. Dar atenção individualizada

Como mentor, um educador deve estar pronto para ajudar o estudante a desenvolver todo o seu potencial. Para que isso seja possível, é ideal dedicar algum tempo para entender seus objetivos e necessidades. É claro que seria difícil estabelecer uma conexão em nível pessoal com cada jovem em sala de aula, mas é preciso ter consciência de que cada um tem um contexto histórico social diferente e passa por diversas dificuldades do processo, para assim guiá-los pelo caminho que escolherem.

  1. Capacitar-se sempre

Principalmente quando se trata de tecnologia, o professor também deve estar atualizado, buscar novas tendências e recursos e é responsabilidade da escola proporcionar momentos que permitam momentos de estudo e troca entre docentes.

A interação em sala deve ser uma via de mão dupla e o educador também pode se permitir ser educado. Além disso, o manuseio de ferramentas tecnológicas permite explorar novos conceitos, ativar conexões neuronais alternativas para o aprendizado, e estimular o interesse do aluno.

O novo papel do professor: facilitador, mentor e mediador

O professor que acompanha a educação deve ser flexível, perceptivo e promover um ambiente empreendedor e criativo. Isso significa transitar entre facilitador, mentor e mediador para propiciar aprendizado autônomo em todas as situações, além de estar aberto a ser também aprendiz e renovar suas práticas pedagógicas.

Facilitador

Um facilitador é uma pessoa que assiste um grupo com objetivos em comum inclusive ajudando a criá-los, além de alcançá-los. Ele deve se abster de controlar processos sempre que possível, intervindo apenas para corrigir técnicas ou apresentar questões norteadoras que possam indicar novos caminhos.

A responsabilidade do facilitador é dar aos alunos as condições para que desenvolvam pensamento crítico e lógico, deixando que reparem seus próprios erros e recompensando criatividade em vez de exigir uma linha de raciocínio única.

Mentor

O mentor atua primordialmente como uma figura de suporte e motivação, conectando as atividades exercidas com as ambições, os valores e os objetivos pessoais de cada aluno. O educador precisa, portanto, conhecer as peculiaridades de sua classe, bem como construir uma relação de confiança mas, mais do que isso, ser ele mesmo um exemplo para seus mentorados, por conta de sua capacidade de influenciar comportamentos.

Em linhas gerais, um mentor encoraja o estudante a gerir seu próprio aprendizado e ir atrás de seu desenvolvimento além do que é exigido pelo currículo escolar.

Mediador

O mediador trabalha principalmente com a ligação entre diferentes significados previamente assimilados, utilizando novas tecnologias e outros recursos disponíveis que estimulem a mão na massa. Ao conectar diferentes disciplinas e explorar formas de aplicar conceitos em contextos e situações fora do comum, ele permite ainda a ampliação do processo de aprendizado.

ENSINAR

O mais célebre educador brasileiro, autor da "Pedagogia do Oprimido", defendia como objetivo de a escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção". É esta consciência que nos motiva a pesquisar, conhecer e mudar "o que está condicionado, mas não determinado" (FREIRE, 2003, p. 53).

Ensinar é uma maneira de eternizar sabedoria e experiência, de deixar um legado para que outras gerações possam se desenvolver. A função de ensinar, portanto, é essencial à sobrevivência, não só dos indivíduos, mas também dos costumes e da bagagem cultural de uma determinada sociedade.

Os escribas do Egito Antigo já organizavam os primeiros grupos de estudo, anunciando o que seria o protótipo do modelo atual de escolas que hoje conhecemos. Responsáveis pelo registro de doutrinas, histórias, eventos e conhecimentos em alfabeto hieróglifo, nos rolos de papiro, os escribas assumiam funções semelhantes às de um docente moderno.

Alguns séculos mais tarde, na Grécia, desenvolveram-se discussões nas quais mestres como Sócrates incentivavam o questionamento a partir da introdução de temas como matemática, física e filosofia. Sócrates exercia o papel de condutor de debates e promulgador de questionamentos. As reuniões aconteciam geralmente ao ar livre e em formato de círculos, nas quais as opiniões dos alunos eram valorizadas e a técnica da retórica, aprimorada. Naquela época, era muito comum na classe patrícia (a classe alta da sociedade ateniense) a contratação de mestres para ensinar e doutrinar crianças, por meio de aulas particulares. Aristóteles, por exemplo, foi o mestre de Alexandre, o Grande. Já na Idade Média, artesãos mantinham diversos aprendizes em suas oficinas com o intuito de repassar seu conhecimento adiante, nas chamadas “corporações de ofício.”

A partir do século XV e XVI, com a ascensão da nobreza e, posteriormente, da burguesia, professores eram contratados pelos nobres para ensinar seus filhos em casa. Os assuntos variavam entre música, pintura, letras, ciências ou filosofia. O movimento Iluminista foi importante na formalização da educação e no surgimento das primeiras escolas, cujo modelo incorporava o quadro negro, as cadeiras enfileiradas e direcionadas ao professor, que é mantido até hoje na maioria dos centros de ensino.

No Brasil, os jesuítas podem ser considerados os primeiros educadores formais que seguiam o modelo iluminista de ensino. Com o intuito de catequizar e converter os nativos da região, os jesuítas alfabetizaram os índios para que fossem capazes de ler e interpretar a Bíblia. Por causa da colonização portuguesa e espanhola e da forte influência católica, os primeiros grandes colégios do Brasil foram fundados em instituições religiosas, geralmente junto a conventos. Padres e freiras costumavam lecionar, e as turmas eram separadas entre meninos e meninas.

Ainda no final do século XIX os homens ainda eram predominantes no ato de lecionar. A partir das primeiras décadas do século XX, a tradição do magistério se voltou como uma profissão majoritariamente feminina, principalmente nos níveis infantil e fundamental. A carreira para o magistério era quase unanimidade entre as estudantes que completavam o antigo ginásio. Atualmente, apesar de ainda serem minoria, os homens ocupam um espaço cada vez maior na educação infantil. E as mulheres, por sua vez, estão presentes também no ensino médio e universitário.

Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas cidadãs.

As atitudes e os valores do ensino têm papel fundamental no desenvolvimento dos seres humanos e da sociedade. A função social do professor na formação do ser humano é algo que está atrelado aos valores que aprendemos, desenvolvemos e levamos para a vida.

O ato de ensinar não se baseia simplesmente em passar o conteúdo, mas em utilizar o conteúdo a ser ensinado como instrumento. Este instrumento que o professor utiliza tem o objetivo de socializar o aluno, ou melhor, de humanizar o aluno. Pensa-se em educação como uma instituição destinada a formar trabalhadores obedientes e competentes. Porém a nova corrente que tem se difundido é a de que o professor escreve na lousa com uma mão e com a outra ele humaniza o aluno. Em nível de neutralidade a didática não é neutra a maneira que ensinamos imprime, e muito nos alunos, a visão que eles têm do mundo.

Desta forma não ensinamos somente o conteúdo, mas também o modo de agir em sociedade. O professor tem um compromisso político com o aluno. Pode-se resumir o assunto assim: o trabalho educativo é o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens.

O verdadeiro professor deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada. Ser professor é saber ensinar?, ao ensinar a gente aprende, com essa aprendizagem a gente ensina melhor, a aprendizagem deve acontecer naturalmente, valorizar o conhecimento prévio do aluno.

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR

A formação continuada de professores tem sido entendida hoje como um processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade dos educadores. Ela é realizada após a formação inicial e tem como objetivo assegurar um ensino de qualidade cada vez maior aos alunos.

Podemos definir a formação básica de professores como o processo obrigatório para que esse profissional esteja habilitado a dar aulas. Já a formação complementar pode incluir seminários, workshops e cursos livres na área de interesse do profissional, além de pós-graduação.

A atualização do professor é uma prática necessária ao exercício da atividade docente. Atualizar significa estar aprendendo sempre, conhecendo novos saberes.

A atualização é uma ação que está presente, a todo instante na nossa vida. Atualizamos nossos saberes, nossas atitudes, valores e pensamentos. Mas é na escola que ela se destaca como a principal ferramenta docente, ativa no processo ensino aprendizagem. É considerada uma tarefa de valor didático pedagógico docente.

É talvez o recurso mais utilizado pelos professores nas escolas, desde o sempre, atualizar foi considerado importante para o profissional e a cada dia que passa torna-se comum participar em cursos, seminários, eventos culturais, palestras, sempre com o objetivo de enriquecer o conhecimento e se preparar para o tão competitivo mercado de trabalho.

Na educação a atualização do professor tem sido vista como uma arte. Estar em contato com as ciências, é um processo que facilita a construção dos saberes, numa perspectiva dinâmica de atendimento às realizações humanas

É importante ter em mente que precisamos estar a par dos acontecimentos ligados à nossa profissão, de que maneira eles acontecerão, sobre quais conteúdos curriculares estarão relacionados.

A atualização do professor é a ferramenta necessária para a construção de seu próprio saber e tão necessária para o exercício de sua profissão.

O grande desafio dos educadores. Em meio a tantas tecnologias do mundo atual, surge em consequência um grande desafio para escolas e professores: aliar educação e tecnologia. Foi o tempo em que a escola era o principal meio de aprendizagem. Este cenário vem cada vez mais se refletindo nas escolas hoje com a internet, vivemos uma revolução do conhecimento. Tudo está na rede, e recorrer a ela na hora da dúvida já faz parte do nosso cotidiano. Muitos educadores ainda se sentem inseguros e despreparados frente as tecnologias, porém, é preciso que ocorra uma mudança de consciência, e admitir que o mundo mudou e não tem mais volta. Buscar formação e atualização que garantam uma melhor atuação frente a educação é fundamental. Por outro lado, tem os professores que já perceberam o potencial das novas ferramentas, levando novidades e interação para a sala de aula.

Os professores perceberam a importância de utilizar recursos tecnológicos em sala de aula, tornando o aprendizado inovador e atrativo. Esta intervenção é fundamental para que se alcance os objetivos propostos.

COMPETÊNCIAS DESSE PROFISSIONAL

O professor é o profissional que passa seus conhecimentos para outras pessoas, através das ciências, das artes e do uso de tecnologias da informação. É uma das profissões mais antigas. Esse profissional deve estar sempre atualizando seus conhecimentos, além de possuir habilidades para ensinar com diversos métodos.

O futuro apresentará muitas oportunidades para os professores que continuarem estudando. Estamos vivendo em um momento em que estudar é necessário. A chegada de tanta tecnologia exige que o professor esteja preparado para ensinar. Adaptar-se às novas possibilidades de ensino é essencial, caso contrário não haverá espaço no mercado de trabalho!

A prova, no formato de perguntas e respostas, está sendo cada vez mais ineficaz no aprendizado do aluno. A tecnologia diminuirá o tempo que o professor gasta para corrigir provas e trabalhos. Assim, esse tempo poderá ser utilizado na preparação das aulas.

As redes sociais fazem parte do dia a dia dos estudantes, portanto utilizem essa ferramenta para melhorar a comunicação entre eles em sala de aula. Utilize o Facebook, o Twitter, o WhatsApp e outros aplicativos para inovar na forma de ensinar. Pedir aos alunos que escrevam um blog é uma ótima forma de praticar a escrita. Deixe um aluno por dia com a responsabilidade de atualizar a página, assim eles aprenderão também a ter compromisso com os estudos. A participação dos alunos via internet, fazendo comentários e questionamentos, ajuda na integração daqueles que possuem mais dificuldade de aprender.

A educação no futuro vai preparar os estudantes para a vida. As salas de aulas terão funções diferentes das de hoje, pois terão como objetivo a prática. A meta maior da educação será fazer com que os estudantes desenvolvam um pensamento crítico e voltado para a realidade.

A tecnologia ajudará cada vez mais no processo de aprendizado dos alunos e caberá aos professores conduzirem de forma eficiente essa mudança. Para isso, eles precisam se capacitar e estar em um constante processo de aprendizagem para conduzir os alunos da melhor maneira possível e garantir um ensino de qualidade para as futuras gerações.

Quando estamos curiosos em aprender algo isso desperta em nós a vontade do aprender, nos motiva em saber mais sobre tal assunto, nos motiva conhecer o que ainda não sabemos, nós adultos somos desse jeito e com as crianças essa curiosidade é ainda mais aguçada e, deve ser trabalhada essa curiosidade em sala de aula para despertar a vontade de aprender.

As 10 Competências do Professor

  1. Comprometido:É essencial que os professores estejam comprometidos com seu trabalho e com a educação dos jovens. A responsabilidade que está nas mãos de um professor é enorme, por isso deve estar ciente disto e amar sua profissão.
  2. Preparado:A formação acadêmica é outra das competências tradicionais que são exigidas de um professor. Esta exigência está aumentando em uma sociedade cada vez mais preparada e competente. Quanto melhor preparado estiver o professor, o melhor.
  3. Organizado:Uma boa organização do curso e planejamento prévio são fatores-chave para o sucesso. É muito importante que o professor organize um plano de estudospara ensinar adequadamente e elabora-lo para ter tempo de abordar todos os temas plenamente.
  4. Tolerante:Em uma sociedade cada vez mais diversificada e multicultural, é necessário que o professor não tenha preconceitos e trate igualmente a todos os alunos sem mostrar favoritismo.
  5. Aberto para perguntas:A discussão e colaboração em sala de aula são essenciais para incentivar os alunos e implementar novas técnicas de ensino. O professor deve estar aberto a responder às perguntas dos alunos e deve se mostrar colaborativo.
  6. Narrador:Uma das melhores maneiras de ensinar e transmitir ideias é através de histórias. Os melhores professores usam este método em suas aulas durante séculos. Devido à sua eficácia, esta técnica é utilizada hoje, não só pelos professores, mas também por muitos outros profissionais, como especialistas em marketing em suas campanhas.
  7. Inovador:O professor deve estar disposto a inovar e experimentar coisas novas, tanto técnicas de ensinoe aplicativos educacionais, ferramentas de TIC e dispositivos eletrônicos. O professor moderno deve ser o primeiro a buscar isso e trazer para a sala de aula.
  8. Entusiasta de Novas Tecnologias:O professor deve não só ser inovador, mas também um amante de novas tecnologias. Sejam iPads, projetores ou lousas, os alunos devem antecipar e estar em constante busca de novas TICs para implementar em suas salas de aula.
  9. Sociais:Uma das competências tradicionais do professor é estar aberto a perguntas. O ensino tradicional deve enfatizar esta competência e levar a conversa para as redes sociais para explorar as possibilidades do lado de fora da própria classe.
  10. Geek:No melhor sentido da palavra. Internet é a maior fonte de conhecimento que o homem já construiu, então um professor deve ser uma pessoa curiosa. Alguém que está sempre pesquisando e procurando dados e novas informações que possa usar para desafiar seus alunos.

A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO PROFESSOR

Tecnologia é um produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos, métodos e técnicas que visam a resolução de problemas. É uma aplicação prática do conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa.

O termo tecnologia educacional remete ao emprego de recursos tecnológicos como ferramenta para aprimorar o ensino. É usar a tecnologia a favor da educação, promovendo mais desenvolvimento socioeducativo e melhor acesso à informação. O grande aparato que traz inúmeros benefícios sociais e educacionais é o computador.

O uso da tecnologia favorece a interação entre alunos. Ao fazerem atividades em pares ou grupos, a internet permite que todos expressem seus conhecimentos e deem opiniões, o que traz à tona a experiência prévia dos alunos, o que os motiva ainda mais, pois se sentem parte ativa e importante do processo de aprendizagem.

O ensino híbrido, que combina a educação tradicional e o uso da tecnologia para conquistar a personalização do ensino, também pode ajudar a conciliar a utilização de ferramentas digitais com a atenção em aulas presenciais, assim como o uso de livros didáticos físicos, por exemplo.

O desenvolvimento tecnológico nos últimos anos tem sido enorme, rápido e eficaz. A tecnologia veio para ajudar todos os segmentos de negócio, estudos, pesquisas, além da sociedade em geral. E, sem dúvida nenhuma, a tecnologia também está disponível para ser utilizada nas salas de aula ao redor do mundo.

Seja em um curso de alta graduação, seja em uma escola primária, o uso da tecnologia só favorece o aprendizado do aluno, que ganha maiores e mais diversificadas opções. Os investimentos em equipamentos para o auxílio aos serviços de professores, assim como o uso por parte dos alunos, oferecem um sistema mais dinâmico de aula e disseminação de conteúdo.

Devemos entender, portanto, qual é o real papel da tecnologia na educação e até onde chega a sua interferência.

Com o passar dos anos e o desenvolvimento de uma nova geração, é comum vermos nas escolas uma grande parcela de alunos que não gostam das aulas mais tradicionais, com professores que apenas explicam a matéria com a ajuda da lousa. É certo que a adaptação destes alunos é muito rápida às novas tecnologias e isso deve ser aproveitado.

Hoje em dia, para que haja aprendizado deve-se haver dinamismo. Portanto, a adaptação não é apenas dos alunos, mas, também, dos professores. Estes devem compreender, principalmente, que os jovens da atual geração não estão interessados em aprender por aprender, ou aprender apenas porque o conteúdo está na grade curricular. A geração criada a partir das novas tecnologias precisa de um motivo, ou seja, precisa saber como aquele conteúdo especificamente pode ser útil na sua vida profissional ou mesmo na vida pessoal.

A utilização de equipamentos como computadores conectados à internet e as diversas ferramentas disponíveis, como textos, vídeos e imagens, tudo hiper conectado em único lugar, é uma ótima opção para prender a atenção dos alunos. Usar um projetor na parede ou na tela ajuda a melhorar a estrutura da aula.

A escola precisa acompanhar o ritmo da tecnologia utilizada na sociedade, por isso, é preciso se estruturar com salas de aulas espaçosas e que possuam recursos de equipamentos audiovisuais, além de uma internet com dados suficientes para a navegação rápida.

As aulas modernizadas, no entanto, não necessitam apenas de aparelhos tecnológicos, é preciso que os professores se adaptem aos novos equipamentos. Saber utilizá-los e, principalmente, saber adaptar o conteúdo das matérias ensinadas a esse tipo de aluno é o mais importante. A capacitação dos professores passa por uma mudança de pensamento, uma vez que ensinar através de um conteúdo interativo e dinâmico é uma nova forma de aprendizado.

Não basta apenas transferir os dados do quadro para o computador. É importante entender que a qualidade e o modo de ensino mudam em razão da mudança de comportamento e do perfil dos alunos.

A internet e, neste caso em especial, as redes sociais, potencializaram uma vontade das pessoas de participarem e opinarem mais. É preciso saber utilizar este fato na sala de aula. Por que não dar mais possibilidades de interação ao aluno?

Com suas afinidades com as novas tecnologias, eles estão aptos a criar trabalhos e realizar atividades com potenciais maiores.

Um exemplo são os trabalhos acadêmicos, que se apropriam da tecnologia e se tornam muito mais eficazes, tendo um retorno muito mais rápido. Em vez de um simples trabalho escrito, o aluno pode utilizar imagens, vídeos e uma apresentação de slides, por exemplo, para criar um conteúdo e elevar sua nota.

A participação na sala de aula também cresce com o uso de tecnologia. A internet também pode servir com uma grande biblioteca, com um vasto conteúdo de pesquisa e sites de notícias que disponibilizam conteúdo para análise.

Nesse novo contexto de aula, o papel do professor dentro da sala deve ser de um mediador, que ajuda o aluno a chegar as informações necessárias para potencializar seu aprendizado. Além disso, o professor que está preparado para a interação com as novas tecnologias sabe que o aluno pode juntar uma base sozinho, porém, precisa de um especialista para nortear seu desenvolvimento. Por isso continua sendo e sempre será tão importante a figura do professor para o aluno.

Se por um lado a tecnologia e a internet oferecem uma potencialização da educação, por outro, é possível que a distração de alguns alunos também seja elevada. Isso porque a internet te dá muitas opções em um período curto. Assistir a tudo, ler textos diferentes, ver 10 imagens em segundos, conversar com amigos são atividades comuns para os jovens de hoje em dia.

Porém, toda esta multifuncionalidade pode fazer com que o conteúdo não seja absorvido de maneira totalmente eficaz. Deve-se prestar atenção aos detalhes. Assim, prender a atenção do aluno de forma com que ele entenda o que está sendo passado é primordial para que a aula funcione corretamente.

Não há dúvidas, no entanto, da importância da tecnologia como novos meios de aprendizagem.

O modo tradicional de ensino, que se resume a apenas aulas expositivas, várias informações anotadas em lousas e grandes livros que os alunos precisavam carregar, está ficando defasado com o passar do tempo.

O modo de aprender deve estar sintonizado à realidade contemporânea, inovadora e tecnológica. Logo, aliar tecnologia e educação é essencial.

As soluções tecnológicas da educação permitem um contato mais próximo com o aluno. Isso pode ser realizado por meio de tutores online, comunicação via e-mail, bibliotecas virtuais, compartilhamento de conteúdo de forma simultânea, entre várias outras.

Saber orientar e tratar os alunos de maneira dinâmica e oferecendo facilidades tecnológicas que aperfeiçoem o aprendizado é uma necessidade imperante para que o modo de ensino não fique estagnado no tempo. E, claro, para que a produção de conhecimento e transmissão de saberes seja realizada da melhor maneira possível o que é fundamental para todos os envolvidos.

Com o auxílio das ferramentas tecnológicas educativas, os professores passam a ter muito mais facilidade para ensinar e lidar com seus alunos. Por meio de sistemas online é possível, por exemplo, compartilhar conteúdos em tempo real para que todos possam acompanhar durante a aula.

Além disso, a tecnologia facilita o método de aprendizado por reduzir a necessidade de presença física em aulas e ainda permite a utilização de livros digitais. Com isso, os alunos passam a ter mais facilidade de acompanhar as matérias e manter os estudos em dia.

Por meio de uma biblioteca digital, o aprendizado e o fortalecimento do conhecimento se tornam muito mais fáceis, tanto para alunos quanto para professores.

Cabe aos educadores e gestores escolares acompanhar os avanços das principais ferramentas, investindo cada vez mais em métodos de ensino que tragam a tecnologia para a sala de aula.

Os e-books começaram a ganhar força nos últimos anos, quando as principais livrarias do Brasil investiram nos seus próprios modelos de e-reader. Não demorou em que a novidade tomasse conta das escolas, e é fácil entender o porquê.

Prático, leve e moderno, os leitores digitais chamaram a atenção dos jovens que cresceram em meio a videogames e computadores. Entre os aspectos que garantiram a popularidade dessa tecnologia, pode-se mencionar:

A possibilidade de consultar um dicionário durante a leitura geralmente, basta clicar na palavra para descobrir seu significado.

A possibilidade de explorar recursos audiovisuais no mesmo dispositivo.

Além disso, o avanço da tecnologia permitiu que os alunos tivessem contato com muitas das obras que já estão em domínio público. Hoje em dia, é muito simples ter acesso a criações de autores como Machado de Assis, Fernando Pessoa e José de Alencar, todas disponibilizadas em formato digital.

Que aluno não ficaria animado ao entrar na sala de aula e se deparar com uma tela 3D? Com a ajuda dos típicos óculos coloridos, a aula pode ficar muito mais interessante!

Essa tem sido uma abordagem utilizada na sala de aula para engajar ainda mais os alunos com o conteúdo. O método teve origem na Índia e consiste na utilização de um projetor 3D capaz de criar as mais diversas ilusões.

Ao ensinar sobre moléculas, por exemplo, esqueça os desenhos elaborados a giz na lousa! É muito mais fácil simplesmente projetar o formato das estruturas e, assim, encantar os alunos.

Essa abordagem deve ser também cada vez mais utilizada nos cursos superiores, em áreas com as artes, arquitetura e urbanismo, engenharias etc.

Ainda que já esteja presente em algumas escolas do país, esse método ainda é considerado inacessível em muitas instituições devido ao seu alto custo.

A gamificação consiste em trazer a dinâmica dos games para a sala de aula, e é uma das maiores tendências atuais no campo da educação. A origem dessa abordagem está relacionada ao jogo Minecraft, muito popular entre os jovens, que permite criar estruturas no ambiente virtual.

Entre os aspectos presentes no mundo dos games que podem ser aplicados na educação, pode-se citar o desafio, que estimula os jovens a se superarem cada vez mais; a definição de objetivos, que ajuda a manter o foco nas tarefas que precisam ser realizadas; e a competição, elemento que, de maneira saudável, pode gerar ainda mais engajamento.

A eficiência da gamificação no campo da educação se deve à sua capacidade de estimular os jovens a aprenderem mais e de maneira divertida. Além disso, ao aplicar os conhecimentos nos jogos, é mais fácil exercitar e fixar o conteúdo aprendido nas aulas.

Quando bem aproveitadas, as redes sociais têm o poder de promover a educação. Mesmo que sejam mais utilizadas pelos jovens de hoje como diversão, elas têm potencial para ir além.

Um exemplo do bom uso das redes sociais, nesse sentido, é a possibilidade de criar grupos no Facebook. É difícil encontrar um jovem que não esteja cadastrado nessa rede atualmente. Sabendo disso, alguns professores aproveitam para promover conteúdos interessantes que não tenham formato de “aula” e que sejam divertidos.

Além disso, por meio dos grupos, torna-se mais fácil tirar dúvidas rapidamente, propor discussões sobre temas atuais da sociedade fazendo um paralelo com o conteúdo visto em sala, além de enviar materiais extras que ilustrem os assuntos estudados.

Outra possibilidade de uso dessa mesma rede social são as fanpages. Um caso de sucesso é a página do Prof. Jubilut, que já tem mais de 3 milhões de curtidas. Ele ganhou notoriedade depois que começou a compartilhar conteúdos interessantes na área de biologia, com breves explicações que ajudam alunos do ensino médio a aprender mais a matéria.

Chegou a hora de os professores entenderem que o celular na sala de aula não é necessariamente um inimigo. Com o incentivo certo, é bastante possível usar os aplicativos para impulsionar os estudos.

Por meio dos apps, é possível até mesmo aproveitar melhor o tempo livre. O RescueTime, por exemplo elabora relatórios que mostram quanto tempo é gasto em determinados sites ou redes sociais. É ótimo para ter um panorama e saber quais hábitos devem ser reduzidos para garantir melhor rendimento nos estudos.

Outro ótimo exemplo de como o celular pode ajudar a aumentar a produtividade é o Audible. Esse app permite ouvir livros e artigos salvos em PDF no celular, possibilitando que longos trajetos até a escola sejam bem aproveitados.

Por fim, é possível, ainda, ter acesso a plataformas digitais ainda mais completas, com simulados e relatórios individuais de desempenho capazes de facilitar bastante uma rotina de estudos. Você vai conferir uma delas a seguir.

O AppProva é uma plataforma de ensino disponível na web que pode ser acessada pelo Facebook, celulares e tablets, reunindo vários dos aspectos tecnológicos que têm revolucionado o sistema tradicional de ensino.

A plataforma oferece testes e diagnósticos por meio dos quais os alunos podem se preparar para o ENEM e os vestibulares. Sua versatilidade está justamente na abordagem, que incentiva os estudos por meio dos jogos (como vimos no item 3) e dos simulados. Além disso, a mobilidade oferecida pelo sistema garante maior liberdade para acessar conteúdos de qualquer lugar.

Dessa forma, o aluno obtém um feedback imediato e detalhado de suas atividades na plataforma, o que torna possível direcionar os estudos para os pontos nos quais ele teve um desempenho mais baixo, por exemplo.

Quem também se beneficia com essa tecnologia é o professor, já que o AppProva desenvolveu uma metodologia que possibilita automatizar algumas atividades. É possível, por exemplo, criar deveres e provas rapidamente, com base nas questões disponibilizadas na plataforma.

Depois disso, de acordo com os relatórios gerados por meio de uma correção automática, é possível entender melhor quais são as dificuldades da turma, assim como acompanhar o desempenho individual dos alunos. A partir dessa análise, torna-se mais fácil, inclusive, direcionar o planejamento das aulas seguintes.

O PROFESSOR DO FUTURO

Educador, mentor, mediador, curador. As recentes denominações atribuídas ao professor são um indicativo de que a profissão está em fase de transição. Para ser um bom professor do futuro, por exemplo, será necessário ir além do conhecimento da sua área específica. Para acompanhar as transformações do universo educacional, o docente do futuro terá que desenvolver novas habilidades, além de aprimorar as que já possui.

O professor do futuro é capaz de desenvolver suas habilidades socioemocionais. Ele trabalha o autoconhecimento, a boa gestão das emoções, olha para o outro com empatia e colabora para a diversidade e promoção da acessibilidade na escola.

As principais características que destacamos para o professor do futuro

Boa comunicação

Comunicar-se com eficiência está muito além de ter um vocabulário refinado. Em alguns momentos, há a sensação de que a boa comunicação está restrita a exemplos midiáticos ou literários. A intenção de ser compreendido de forma eficaz só é propiciada por meio da boa comunicação e esta habilidade está disponível a todos.

A importância da boa comunicação. Comunicar-se com eficiência está muito além de ter um vocabulário refinado. Em vários momentos, a comunicação clara e objetiva é a chave para a resolução de conflitos, criação de laços afetivos e ascensão profissional

Criatividade

O professor criativo possui capacidade de trabalhar em grupo, de improvisar, de adequação à metodologia da escola, de administrar o tempo e cumprir cronogramas, de fazer inovações, de buscar novos percursos. Entende que a criatividade está no “pedir” e não no “exigir”.

Sem se preocupar com a disciplina, estimular a criatividade é uma forma dos professores darem a chance de seus alunos irem atrás do conhecimento, de fazerem descobertas, de identificarem elementos fundamentais para se comprovar as teorias e os conteúdos escolares.

A criatividade é parte fundamental para a educação. E sabe-se que a criatividade é influenciada positivamente pelas motivações e negativamente por uma enorme diversidade de barreiras que limitam as possibilidades de realização do potencial criativo.

Pensamento crítico

Pensamento crítico é um julgamento propositado e reflexivo sobre o que acreditar ou o que fazer em resposta a uma observação, experiência, expressão verbal ou escrita, ou argumentos. Uma avaliação crítica de argumentos, por exemplo, pode concluir que é um bom argumento.

A única forma de desenvolver o pensamento crítico é debatendo e expondo as opiniões para os outros.

Capacidade de lidar com as tecnologias

É interessante dizer que o papel do professor diante das novas tecnologias é mais do que ensinar, é possibilitar aos alunos acesso aos recursos tecnológicos, acompanhando-os, monitorando e viabilizando a discussão, a troca de ideias e experiências para aquisição do conhecimento.

No ambiente educacional, a Internet vem assumindo uma importante função de apoio pedagógico, como recurso mediador de uma aprendizagem dinâmica. Porém, é importante enfatizar que este recurso não substitui a figura do professor, ele apenas auxilia no processo de ensino e aprendizagem.

O professor, em seu papel influenciador, pode ajudar a modificar a tecnologia do futuro. Mais participação: a tecnologia ajuda os alunos a concentrar-se na tarefa e aumenta a frequência escolar. Acesso à informação: os alunos têm acesso a recursos na mesma hora. Conexões: acesso ao mundo real.

Empatia

Empatia é a capacidade de perceber, sentir, conectar-se com o outro. É entender o que a outra pessoa está sentindo. Dessa forma, cabe à escola mostrar ser empático, fazendo com que crianças e jovens criem senso de responsabilidade e assumam um papel protagonista nas mudanças do mundo.

Para adultos, uma forma fácil de desenvolver a empatia é o hábito de leitura de ficção, estimulando ao leitor a compreender pessoas. Escutar músicas prestando atenção nas letras e jogar jogos com situações de conflitos também são formas fáceis de encaixar na rotina. As atividades propostas podem ser em grupos.

A importância de ensinar a empatia na sala de aula e fora dela. A empatia é o sentimento que liga as pessoas umas às outras; é a prática de conectar-se ao outro. Captar o que a outra pessoa está sentindo.

Liderança

Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. As habilidades de um líder envolvem carisma, paciência, respeito, disciplina e, principalmente, a capacidade de influenciar os subordinados.

Seja proativo e ousado. Se você quer desenvolver a liderança na sala de aula, preste atenção no que pode ser mudado de uma forma diferente. Inove! Traga propostas de eventos, projetos, métodos de estudo, entretenimento e até mesmo festas.

Curadoria de conteúdo

O termo “curador” deriva de “curar” e significa “aquele que zela e cuida de alguma coisa e a ela dá atenção”. Etimologicamente, a palavra “curadoria” tem origem no termo latino “curator”, que quer dizer “aquele que tem cuidado e apreço”.

Atividade comum no campo das artes, pode-se dizer que a curadoria também é aplicada na área da educação: o profissional que estuda, seleciona e organiza materiais para as suas aulas está atuando como curador, mesmo que de forma inconsciente.

Fazer curadoria de arte é o processo de organização, cuidado e montagem de uma exposição artística, formada por um conjunto de obras de um ou de vários artistas, a partir da seleção prévia feita pelo curador. Esta ação também é conhecida por "curadoria educativa".

Capacidade de Inovação

Com o desenvolvimento acelerado da tecnologia, cada vez se fala mais sobre a importância do incentivo à inovação na sala de aula. E não é por acaso.

A nossa realidade atual é a de um mundo conectado, onde a internet já se faz presente nas vidas de mais de metade da população global.

É inevitável que a transformação digital gere impactos no ensino, certo? Apenas em parte. Afinal, ainda que novas metodologias de aprendizagem estejam disponíveis, a educação regular preserva um formato conhecido há décadas, no qual o aluno é figura passiva.

Especialmente no ensino superior, com a educação de adultos, esse é um modelo que já não conta com a aceitação integral do público.

Afinal, as pessoas têm pouco tempo para estudar e precisam de um conhecimento que as motive, com aplicação prática o mais imediata possível.

É essa necessidade que faz crescer os debates sobre a inovação na sala de aula. Estamos falando sobre um processo que vai muito além do uso da tecnologia, é claro que todo o tipo de dispositivo conectado à internet pode ser empregado com benefícios à aprendizagem, mas inovar não se limita a eles.

10 dicas de inovações para a sala de aula

Esclarecido o conceito de inovação disruptiva e seus benefícios para uma educação revitalizada, separamos algumas dicas e exemplos de como aplicar tudo isso na prática.

  1. Disposição dos móveis

Uma das ações mais simples que um professor pode fazer para inovar dentro da classe é mudar a disposição dos móveis.

Estamos tão acostumados com a planta da sala de aula com cadeiras enfileiradas olhando para um púlpito ou mesa que sugerir que os alunos se organizem em um semicírculo pode ser o suficiente para mudar a dinâmica da turma.

  1. Responda e pergunte

Toda aula tem aquele momento em que os alunos apresentam suas dúvidas para o professor uma ótima oportunidade para inverter um pouco as posições.

O docente pode aproveitar para trazer as suas próprias questões, a fim de entender se o conteúdo está sendo absorvido de maneira satisfatória.

  1. Conheça sua turma

Parte importante do processo educacional, é preciso ter uma escuta ativa para compreender as demandas da turma.

Deve fazer parte do cotidiano do docente o diálogo com seus alunos, tanto como coletivo quanto individual.

  1. Acompanhe as tendências

Um bom jeito de fixar o conteúdo programático é estabelecer a associação com temas e narrativas que já estão presentes no imaginário.

Por isso, é importante estar atualizado nos assuntos que estão em alta para conseguir formular exemplos e metáforas que sejam familiares ao estudante.

  1. Jogos na prática

Uma boa maneira de permitir que o aluno se sinta inserido é colocando-o em contato com os temas estudados em um ambiente que permita interatividade.

Tanto os jogos de tabuleiro quanto os jogos online são ótimas ferramentas nesse sentido.

  1. Elabore dinâmicas

Assim como os jogos, a realização de dinâmicas permite ao aluno absorver o conhecimento por outros sentidos que não apenas a visão e audição.

  1. Dance conforme a música

Outro recurso que pode e deve ser explorado é a música, que serve tanto como registro de uma época histórica quanto como ferramenta para entender matemática ou lirismo, por exemplo.

  1. Debates e seminários

Alternativa interessante de compartilhar a autoridade em sala de aula, os debates e seminários trazem o aluno para o papel de agente, que não só recebe como também produz e compartilha conhecimento.

  1. A avaliação

Foram-se os dias em que a nota servia de distinção entre os mais e menos inteligentes dentro da turma.

A realidade atual exige que novos métodos e avaliação sejam propostos para que se consiga ter um quadro mais completo quanto à compreensão do aluno sobre o tema.

  1. Aprenda com seus alunos

A educação inovadora tem como principal característica a horizontalidade na transmissão de conhecimentos.

Por isso, a maior característica de um docente inovador é sua disponibilidade para também aprender com os alunos que ensina.

Colaboração

O professor colaborador é um membro do corpo docente que não se enquadra como docente permanente ou como visitante, mas que desenvolve atividades de ensino, pesquisa, extensão e orientação de estudantes, independentemente de ter vínculo com a instituição.

Estamos vivendo um momento de grandes mudanças com o avanço da Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT), robótica e programação que têm aberto novos caminhos e perspectivas para o desenvolvimento de uma aprendizagem dinâmica. Da mesma forma, com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fica determinado que as tecnologias são competência de ensino.

A formação dos professores é essencial para acompanhar tamanha maré de desenvolvimento. As políticas públicas deverão dar suporte para que isso ocorra, repensando o processo educacional e permitindo que criatividade e inventividade invadam as salas de aula. Com a inclusão de ferramentas digitais, o poder público precisa entender a prática docente como uma atividade transformadora cujo papel é mediar o conhecimento.

Atualização constante

A atualização do professor é uma prática necessária ao exercício da atividade docente. Atualizar significa estar aprendendo sempre, conhecendo novos saberes. A atualização é uma ação que está presente, a todo instante na nossa vida.

A formação continuada de professores é o processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade docente, realizado ao longo da vida profissional, com o objetivo de assegurar uma ação docente efetiva que promova aprendizagens significativas.

Por causa da grande competição no mercado de trabalho, a atualização constante de um profissional garante que ele tenha um diferencial e se destaque entre os concorrentes. Os funcionários mais preparados conseguem mais oportunidades, além de se qualificarem para novos desafios.

 

Notas e Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1974.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia - saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

HUGO, Assmann. Curiosidade e Prazer de Aprender – O papel da curiosidade na aprendizagem criativa. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2004.

LIBÂNEO, José C. Ainda as perguntas: o que é pedagogia, quem é o pedagogo, o que deve ser o curso de pedagogia. In: PIMENTA, S. G. (Org.). Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002. p. 59–97.

SANTOS, A. Didática sob a ótica do pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2003.

SANTOS, Julio César Furtado. Aprendizagem significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. 1ª Ed. Porto Alegre: Mediação, 2008.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. São Paulo, Cortez & Autores Associados, 1991.

SKINNER, B. F. Tecnologia do ensino. São Paulo: EPU, 1972.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1994 (Cadernos Pedagógicos do Libertad,2).

ZABALLA, Vidiella Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto alegre: Artmed, 1998.

 

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