A educação em tempos de crise  

09/10/2020

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

Todo mundo fala que o Brasil está em crise e que a situação está difícil. Realmente, temos muitos problemas por aqui. Mas temos que enfrentá-los. Reclamar não resolve. Se valesse alguma coisa reclamar, muita coisa já teria mudado, pois fazemos isso muito bem.

Mas o que pensar e o que fazer? Ir embora do país? Muitos escolhem essa opção. Não podemos deixar de dar razão, já que é fato que em alguns outros países são possíveis obter maiores oportunidades de estudo e de uma boa carreira, muito embora não seja tão fácil assim, como alguns pensam.

A verdade é que uma boa educação faz a diferença em qualquer país. No entanto, no Brasil, a maioria das pessoas não pode contar com boas escolas. Falta investimento. Os professores ganham mal.

Insisto nessa questão, pois sei que é impossível crescimento, sem uma boa educação.

O conhecido filósofo prussiano, Immanuel Kant, já dizia que: “É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”

Certamente temos outros problemas que também são prioridades, tais como a saúde, a economia, a moradia. Porém, sem educação, não conseguiremos enfrentar os demais problemas.

A educação deve ser repensada em tempos de crise. Está ela fundada numa grade escolar de qualidade, atrelada ao estímulo do pensamento criativo e da saúde emocional? Os alunos têm tido a oportunidade de se tornarem formadores de opinião, de exercerem a arte da dúvida e de estudarem a gestão da emoção? Os alunos sabem lidar emocionalmente com os próprios problemas e com os problemas da sociedade?

Se as respostas forem negativas, algo está muito errado e deve ser corrigido com urgência.

Não podemos deixar de fazer aqui uma observação importante: a educação começa em casa. Os pais devem cumprir o seu papel. Daí a necessidade de uma política de conscientização. Os pais são modelos para os filhos. Os exemplos contam mais do que palavras.

Os jovens são o futuro da Nação. Precisamos cuidar de nossos jovens.

Concordo com o psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Jung, quando disse que: “Só em nós mesmos podemos mudar alguma coisa, nos outros é uma tarefa quase impossível.” E também acredito que, verdadeiros líderes não usam a força ou a imposição, mas o respeito e a influência. Nesse caso, bons educadores podem ajudar a trazer clareza, a combater os medos, a pensar como humanidade.

A partir daí, os educandos poderão por si mesmos, tomar as decisões que julgarem adequadas, visando o bem-estar individual e coletivo.

Ninguém sabe sobre o dia de amanhã. Por isso, não podemos deixar de refletir sobre o fato de que, a garantia de empregabilidade depende da capacidade de reinventar-se.

E para reinventar-se é preciso estimular a criatividade, inovar-se, superar-se e adaptar-se, com inteligência emocional.

Promover a educação “socioemocional” nos dias de hoje é uma questão de necessidade. Importante esclarecer que, as habilidades socioemocionais são um conjunto de aptidões desenvolvidas a partir da Inteligência Emocional de cada uma das pessoas. Tais habilidades apontam para a relação consigo mesmo (intrapessoal) e da relação com outras pessoas (interpessoal).

Em tempos de crise, sobrevivem os que conseguem realizar essa façanha. E para realizar essa façanha, o papel de uma boa educação, incluindo conhecimentos gerais, humanização e inteligência emocional, é fundamental.

 

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura