A DELÍCIA DE SI

05/05/2020

 Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

A vida chega em um ponto que procuramos por tantas perfeições que parece que esquecemos o quão imperfeitos somos.

Choramos escondidos por medo de demonstrar uma “fraqueza”, mas afinal, quem é fraco? O que deixa de mostrar quem ele verdadeiramente é ou aquele que de tão real se escancara e mostra todas as faces?

Passamos a vida tentando ser de aço e parecemos esquecer que até o aço derrete, assim como nós nos derretemos nos braços de alguém quando estamos apaixonados ou até quando nos debulhamos em lágrimas de alegria e também de sofrimento.

Temos medo de falhar e temos medo do ato falho, porque sempre achamos que somos o Übermensch e esquecemos que somos feitos de carne, osso, sentimentos e angústias.

E a partir daí deixamos de viver, porque quando se deixar de viver para si e se passar a viver para agradar somente aos outros, numa espécie de adequação à moral coletiva, certamente está decretada a morte do Eu.

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, disse o poeta. Provavelmente o disse porque o vazio do existencial de alguém que simplesmente não se abre e nunca sente a delícia de si, só comprova que aquele alguém nunca será feliz sozinho.

Mas afinal, é impossível ser feliz sozinho!? Não saberia responder talvez uma das perguntas mais complexas da humanidade, mas só sei independente de ser feliz sozinho ou acompanhado de quem quer que seja, é impossível ser feliz sem ter certeza de ao menos saber quem és.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Olhando o futuro através do espelho. // Foto de: PAULO LINS // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/paulohlins/2282973740/

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode

O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.

Sugestões de leitura