A CHEGADA

04/12/2022

Coluna Direito e Arte / Coordenadora Taysa Matos

O que fazer quando não consigo tirar da minha cabeça o toque suave dos seus cabelos no meu rosto?

Quem é que ilumina o meu sorriso quando tudo está cinza?

O café não exala o aroma e o girassol não reluz. 

Diga-me como dormir se o meu corpo não encontra o seu na cama macia que restou o seu cheiro impregnado.

As memórias ficam espalhadas pelo ar e as lembranças guardadas na pele. 

A distância impede que eu sinta o hálito quente da sua presença e que desbrave os caminhos guiados pelas poucas e pequenas pintas espalhadas pela sua pele.

A saudade faz lembrar da sensação inebriante ao te encontrar.

Do abraço apertado carregado de euforia.

Das trocas de olhares silenciosas e seguidas de sorrisos que transbordam pureza, naqueles instantes em que nada mais importa. 

Mesmo assim, levanto e sigo em frente, pois sinto a sua essência, a sua força e o seu encorajamento.

Você está aqui, dentro e fora de mim.

E o mundo? Ah, o mundo vai recuperando as cores, lentamente.

O sol volta a brilhar, para lembrar da cor dos seus cabelos.

O vento sopra minha face entregando os beijos esquecidos.

E eu te encontro num poema de Mário Benedetti. 

Você chega hoje, por isso o céu da tarde está tão celeste.

Os pássaros estão em festa e o ipê amarelo destaca a beleza da vida, para combinar com a sua vinda. 

E a saudade? Ela volta, mas você permanece.

 

Imagem Ilustrativa do Post: Waiting // Foto de: quiddle. // Sem alterações

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