7 técnicas poderosas de manter a atenção do público

16/09/2017

Por Mario Porto – 16/09/2017

Se o seu objetivo é ser ouvido, você precisa melhorar a sua forma de falar.

Mesmo que tenham 100 pessoas à sua frente, você pode estar falando para as paredes.

Obter a atenção do interlocutor não é uma tarefa simples, mesmo que o assunto seja do interesse dele. Quantas aulas na escola, faculdade, cursos, você já ignorou, mesmo sabendo que precisava daquele conteúdo? A informação é como uma deliciosa fruta em uma árvore, você a quer, mas quanto mais difícil for para alcança-la, menor será o seu interesse. Da mesma forma, quanto mais fácil, mais bonita e mais suculenta ela estiver, maior a certeza de que você vai devorá-la. 

E como transformar o meu conteúdo, a minha informação, minhas palavras em uma fruta madura e fácil de se pegar?

Estamos no século XXI, que costumo chamar de era da INFORMAÇÃO EM MASSA, somos fuzilados por informação de todos os lugares. O celular, um aparelho que contém quase toda informação registrada do mundo acessíveis de qualquer lugar (se sua operadora permitir!). E como manter a atenção do público para a SUA informação? Primeiro vamos entender como funciona o nível de atenção das pessoas.

Gráfico

Quanto mais longo for o tempo de uma apresentação, mais difícil será manter a atenção mediana, quanto mais, a atenção total do público. Por isso, quanto mais recursos você tiver para renovar a atenção do público, melhor. Tornando a atenção oscilante entre mediana e máxima (o clímax), evitando cair no ponto de fuga, pois uma vez que chegar a esse ponto, dificilmente recuperará a atenção perdida.

Sendo assim, vamos ao que interessa para saber quais ferramentas e técnicas você deve utilizar para ser o Rei da Atenção!

1 - Interação

Interagir com o público cria uma aproximação, humanização do palestrante e até mesmo um vínculo durante a apresentação. Use-a caso necessário e cuidado para não se estender. Aqui, o mais recomendado é fazer perguntas para a plateia como um todo, onde eles tenham que levantar as mãos ou dar rápidas respostas como “sim” “não” “eu”. Os mais distraídos nessa hora perguntarão o que foi falado a quem está ao seu lado e isso fará com que ele não queira perder a próxima pergunta.

Obs. Caso não seja permitido ou recomendado, evite essa técnica. Algumas bancas de TCC preferem que a interação seja feita apenas na hora das perguntas, assim como concursos de oratória, onde a interação é altamente desaconselhável. 

2 - O silêncio

Sabe quando os professores ficam em silêncio, de braços cruzados e em questão de segundos a turma inteira para, se ajeita na carteira e olha para ele em um silêncio que chega a incomodar? Pois é, essa é uma técnica involuntária, muitos a usam por uma simples questão de terem vivenciado isso na infância.

Diferentemente dos professores você não cruzará os braços, mas fará pequenas pausas em silêncio, seja para uma reflexão ou para uma longa e profunda respiração. Isso causará uma comoção generalizada e involuntária na plateia aumentando o nível de atenção. A plateia geralmente utilizará esse momento para refletir sobre o que foi falado, por isso use sabiamente e em momentos estratégicos e evite perder o bom andamento da apresentação. 

3 - Entonação (emoção, ênfase)

Aqui a ideia é elevar ou abaixar o tom de voz. Para haver uma justificativa indireta do aumento do tom de voz, conecte-o à uma emoção. Evite usar uma entonação muito oscilante sem motivo. Por ser uma técnica muito importante e praticamente obrigatória de se dominar, o próximo artigo será específico e somente sobre Entonação!!! Sendo assim, passemos ao próximo...

4 - Metáforas

Quando estabelecemos conexão com a plateia, a tendência é ter a atenção elevada por mais tempo. Duas formas de conquistar essa conexão é por meio de metáforas, uma,  pessoa da plateia conseguirá entender por conta de acontecimentos que se passaram com ela ou alguém conhecido, outra, o simples fato de conseguir entender algo por meio de um exemplo simples e objetivo que você tenha dado. Metáforas bem elaboradas podem surtir efeitos muito positivos para você, cuidado ao improvisar metáforas, em seu diálogo interno elas podem fazer muito sentido, porém, nem todos estão na mesma sintonia ou obtém os mesmos recursos para assimilar e fazer as conexões necessárias para entendê-las. 

5 - Storytelling

Conte histórias lúdicas e preferencialmente que conectem você, a história e o assunto da apresentação, interligado como em um triângulo. Não há necessidade de você ser um personagem de sua história. Apesar de que isso gera uma conectividade maior, uma injeção de curiosidade maior. Porém, o que realmente não deve faltar é conexão com o assunto em pauta. Mas, ainda assim, e obviamente, sempre há exceções, e cabe à você medir o nível de entusiasmo e intimidade estabelecida até ali para contar algo fora do tema pelo simples objetivo de entreter. 

6 - Humor

Humor no sentido de ânimo e não de piada. Em muitos momentos as piadas não caberão, mas não significa que você deva evitar comentários contextualizados, rir de um erro próprio como tropeçar em um fio ou técnicos com a apresentação digital, falta de luz entre outros. Saber levar os acontecimentos com humor e espirito esportivo evitará que tenham você como alguém inconveniente. A chance de acertar sorrindo e rindo (estando de acordo com o tema) é muito superior ao semblante sério ou mórbido de uma apresentação monótona. 

7 - Benefícios

Você elencou inicialmente o seu objetivo e pontos chaves na introdução (artigo: Como Escrever um Discurso Profissional), um leve spoiler do que seu público pode esperar da sua apresentação, isso faz com que eles esperem para saber o que você tem a apresentar. Então, durante o decorrer da sua apresentação chame a atenção para os assuntos apresentados e mostre como o público pode usufruir disso.

Obviamente que usar essas técnicas de maneira desornada, fora de contexto ou exageradamente poderá arruinar sua apresentação, sendo assim, pense em utilizá-las durante o desenvolvimento, evitando deixar somente para o improviso.

Mastigar o tema e entregar ele esmiuçado faz com que o interlocutor consiga já sentir a satisfação de estar em sua apresentação antes mesmo dela terminar.

Quanto mais preparado estivermos, mais fácil é introduzir essas técnicas em nosso texto ou deixá-las como recuso de improviso, caso necessário. Isso pode ser feito principalmente por meio de piadas e storytelling, que não necessitam obrigatoriamente estar no seu texto, mas que servem como uma carta na manga para momentos propícios quando ver que o público está começando a dispersar a atenção ou até mesmo levantando para ir embora.

E não se esqueça, o próximo artigo será inteiramente sobre ENTONAÇÃO, na minha opinião, a melhor e – por incrível que pareça – mais simples técnica para obtenção da atenção do seu público!

Você costuma utilizar alguma dessas técnicas? Quais? E se utiliza outras, escreva nos comentários, aprender nunca é demais! Um grande abraço e até a semana que vem!


Mario PortoMario Porto é campeão nacional e especialista em oratória, pós-graduado em gestão empreendedora e criador da Porto Desenvolve, uma empresa de desenvolvimento comunicativo humano. Ministra palestras e cursos nas áreas de oratória, linguagem corporal e micro expressões faciais para serem aplicadas em apresentações, interações sociais/empresariais, e para retirar o medo e a ansiedade das pessoas de falarem em público, ou até, virtualmente.


Imagem Ilustrativa do Post: WHO AND WHY CREATES ARTIFICIAL INTELLIGENCE // Foto de: Strelka Institute for Media, Architecture and Design // Sem alterações

Disponível em: https://www.flickr.com/photos/strelka/28588926740

Licença de uso: http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode


O texto é de responsabilidade exclusiva do autor, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento do Empório do Direito.


 

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